Alegria durou pouco: postos aumentam preço da gasolina

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BRUNO SANTA RITA

Os consumidores que encheram o tanque nos últimos dias se deram muito bem. Depois de quase duas semanas sem reajustes, os postos voltaram a mexer nas bombas e elevaram os preços. Nos estabelecimentos de Águas Claras, que ficam às margem da EPTG, o valor da gasolina saltou de R$ 4,15 para R$ 4,29, alta de 3,4%.

Os postos alegam que começaram a repassar para os consumidores os mais recentes reajustes promovidos pela Petrobras. Na sexta-feira passada (29/06), a estatal anunciou elevação de 1,23% nas refinarias. Nesta terça-feira (03/07), houve incremento de 1,01%. Para os empresários, não há como segurar os repasses.

Para os motoristas, os postos estão se precipitando, pois, desde a greve dos caminhoneiros, a Petrobras anunciou uma sequência de quedas nos preços dos combustíveis nas refinarias. Levantamento feito pelo Correio mostrou, contudo, que nem a metade dessa redução chegou às bombas. Ou seja, os postos aproveitaram para ampliar as margens de lucro.

Segundo os especialistas, os consumidores devem ficar atentos e não aceitarem abusos. Na avaliação deles, não há nada que justifique aumentos exagerados nos preços dos combustíveis. O dólar subiu e as cotações do petróleo no mercado internacional têm sentido o mau humor dos investidores, mas isso não garante grandes variações nas bombas.

A Petrobras usa como parâmetros para os aumentos de preços dos combustíveis o dólar a a cotação do petróleo. Desde julho do ano passado, passou a mexer quase que diariamente nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias. Quando estourou a greve dos caminhoneiros, essa política passou a ser questionada com veemência, a ponto de Pedro Parente pedir demissão da presidência da estatal.

Na avaliação do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, não há razão para manter essa política. Ele defende que os reajustes sejam feitos em 15 ou 30 dias, para dar mais previsibilidade aos consumidores e aos empresários. Essa tese é defendida pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência. (Cade).

Brasília, 15h32min

Vicente Nunes