A ala ideológica do governo está em festa com as terríveis imagens de invasão do Capitólio nos Estados Unidos. Muitos integrantes desse grupo sonham em fazer o mesmo com o Congresso no Brasil. São muitas as ameaças nesse sentido.
O desejo de invasão se estende ao Supremo Tribunal Federal (STF). Não se pode esquecer que o deputado Eduardo Bolsonaro, filho 03 do presidente Jair Bolsonaro, disse que “bastaria um soldado e um cabo” para invadir a mais Alta Corte do país.
As ameaças contra o Congresso e o STF já foram maiores. Houve um recuo estratégico depois de o Supremo abrir um processo para investigar quem financiava os grupos anti-democráticos, que dispararam fogos contra o prédio da Corte. Alguns integrantes desses grupos chegaram a ser presos.
Agora, com o que se vê nos Estados Unidos, os extremistas vão se sentir confortáveis para repetir, por aqui, as mesmas cenas repugnantes ocorridas em Washington, estimuladas por um presidente, Donald Trump, que não conseguiu se reeleger e prega um golpe, a ruptura da democracia norte-americana.
O que há de pior
Trump é o que há de pior no mundo hoje. E o bolsonarismo segue fielmente o que o magnata prega. Não será surpresa se, daqui a um tempo, assistirmos a mesma violência contra a democracia que chocou os Estados Unidos e o mundo.
Não podemos esquecer que, em 2022, o presidente Jair Bolsonaro poderá não ser reeleito. Ciente disso, há tempos, ele vem questionando os resultados das eleições. Apesar de ter vencido o pleito de 2018, afirma que “foi roubado”, pois teria vencido no primeiro turno.
Bolsonaro também vem pregando que as urnas eletrônicas são passíveis de fraudes e, por isso, o Brasil deve retomar o voto impresso. Esse tipo de discurso só tensiona o ambiente e alimenta a ala radical dos apoiadores do governo, que não se intimidará em repetir por aqui o horror que se viu nos EUA.
Joe Biden foi eleito democraticamente pelos norte-americanos. Trump tem o dever de reconhecer a derrota e sair de cena. Seus apoiadores devem ser punidos pela violência à Casa da democracia dos Estados Unidos. O maior país do mundo não é, definitivamente, uma República das Bananas.
Brasília, 17h15min