Segundo Rangel, é preciso promover a defesa agropecuária como autoridade nacional e estabelecer uma cadeia de controle da qual a secretaria tenha comando, sem interferência política. “Estamos trabalhando em um novo modelo de autarquia, nos moldes da Receita Federal”, comentou. “Os custos serão basicamente zero. Não será preciso contratar mais pessoas, mas criar ferramentas de gestão.”
Rangel também afirmou que a carne brasileira é 100% segura, e que, mesmo com os escândalos envolvendo a JBS e a Operação Carne Fraca, o mercado de importação está 99% recuperado. “Apenas três países dos 168 que compram nossa carne ainda não voltaram a adquiri-la”, destacou. “No caso da Rússia, a negociação tem sido um pouco difícil, já que, muitas vezes, eles gostam de barganhar sobre aspectos técnicos”, analisou. O país europeu adotou restrições contra seis frigoríficos brasileiros na semana passada.
Mesmo com a confiança na qualidade da carne, aspectos como a fiscalização sem o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) deixam o consumidor apreensivo. “Estamos tentando promover a fiscalização solidária”, disse Rangel. “Uma das ferramentas são os aplicativos mobile, com os quais qualquer pessoa poderá verificar itens como rastreabilidade e conformidade da empresa”, explicou o secretário.
Uma operação do Mapa realizada durante a Semana Santa constatou que 70% dos azeites de oliva vendidos no país são fraudados. “Estamos consumindo óleo misturado com azeite”, afirmou Rangel. Um dos indicadores para identificar produto adulterado é o preço. “Um azeite importado não custa menos de R$ 10. Se estiver abaixo desse valor, pode ter sido misturado com outras substâncias aqui no Brasil”, disse.
Brasília, 08h25min