Muita gente sempre estranhou a grande proximidade do ex-ministro da Fazenda no período da ditadura Delfim Netto com os petistas Lula e Dilma Rousseff. Os mais desconfiados sempre se perguntavam como pessoas de ideologias tão diferentes se tornaram tão amigas da noite para o dia, um tecendo loas sobre o outro. Pois a resposta para tantas indagações apareceu: a ligação se dava por meio de propinas, sendo apenas R$ 15 milhões oriundos da construção da Usina de Belo Monte.
Segundo Flávio David Barra, da construtora Andrade Gutierrez e um dos principais responsáveis pela construção de Belo Monte, Delfim recebeu os R$ 15 milhões em propinas por meio de contratos fictícios. Ele confirmou os pagamentos à Procuradoria Geral da República em processo de delação premiada. Os pedidos em favor de Delfim foram feitos ao presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, por meio do petista Antonio Palocci, também ex-ministro da Fazenda.
Os repasses a Delfim Netto eram feitos por meio de transferências a partir de contratos fictícios, à LS, empresa de consultoria de Luiz Apolônio, representante do ex-ministro, e à Aspen, empresa de consultoria do economista. Tanto Delfim quanto Palocci negam as denúncias.
Brasília, 17h04min