ROSANA HESSEL
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), prevê aumento de 33% no superavit da balança comercial de 2021, passando de US$ 51,9 bilhões, neste ano, para US$ 69 bilhões. Se confirmado, será o maior desde 2017, quando o superavit ficou em US$ 67 bilhões. Em 2019, o saldo da balança comercial foi positivo em US$ 46,7 bilhões.
A entidade estima alta de 13,7% nas exportações de brasileiras em 2021, passando dos US$ 208,8 bilhões previstos para este ano, para US$ 237,3 bilhões. Enquanto isso, a entidade espera avanço de 7,3% nas importações sobre os US$ 156,9 bilhões previstos para 2020, totalizando US$ 168,3 bilhões.
As previsões, divulgadas nesta quarta-feira (16/12), pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, consideram alta de 15,5% nos embarques de produtos agropecuários e de 29% nos da indústria extrativa mineral.
Castro atualizou as estimativas para 2020. Em julho, a expectativa para as exportações era de US$ 192,7 bilhões a, para as importações, de US$ 145,2 bilhões. Isso resultava em um superavit da balança de US$ 47,5 bilhões, dado 1,7% superior ao registrado em 2019. No fim de 2021, o saldo comercial esperado pela AEB era bem menor, de US$ 26,1 bilhões e a mudança foi resultado, principalmente, da forte queda nas importações em meio à recessão global provocada pela pandemia de covid-19.
De acordo com ele, as projeções consideram consolidação do crescimento economico do Brasil em 2021 e estabilização das economias mundiais. “A velocidade de aplicação da vacina contra a Covid-19 será outro fator importante a contribuir para concretização do quadro que se vislumbra”, afirmou Castro.
O executivo lembrou que alguns fatores ainda ficarão pendentes de definição para a confirmação do cenário para a balança comercial brasileira, como o tamanho do impacto para o Brasil do atraso na vacinação Covid-19, a posse do novo presidente dos Estados Unidos e como ficará a guerra comercial entre EUA e China. “As commodities estão mostrando atraentes cotações para exportadores brasileiros, porém, sem indicação de manutenção deste patamar. O Brasil continua altamente dependente das exportações de commodities, com os produtos manufaturados sofrendo o impacto negativo da falta de competitividades decorrente do elevado Custo Brasil”, acrescentou.