A seca chega à mesa dos brasileiros

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A estiagem que atormenta os produtores agrícolas baterá pesado no bolso dos brasileiros. Estão sendo registradas quebras importantes de safras, sobretudo de milho e feijão, cujo período é de reprodução, em que precisam de muita água. A chamada safrinha do milho, que responde por dois terços da oferta total do grão, foi reduzida, em média, em 20%. Mas, em estados como Minas Gerais, onde não chove há mais de um mês, as perdas podem chegar a 50%.

Com menor oferta de milho, haverá menos ração para alimentar porcos, frangos e gado. Ou seja, os preços das carnes, que já estão nas alturas, subirão mais. Esse quadro se agrava porque também as lavouras de soja, que supririam a necessidade de ração, sofrem com a seca. Não há saída a curto prazo. A tendência é de que a situação se normalize somente a partir do segundo semestre de 2022.

Os especialistas dizem que, com a carestia dos alimentos, a inflação deste ano poderá ficar entre 6% e 7%, influenciada, ainda, pela energia elétrica, afetada pela estiagem. A boa notícia é que, com preços mais altos, os produtores se sentirão motivados a ampliar a produção agrícola. Mas, até que as próximas safras sejam colhidas, o orçamento das famílias sofrerá muito. Podem se preparar.

José Garcia Gasques, coordenador da pesquisa e de Avaliação de Políticas e Informação do Ministério da Agricultura, diz que “a falta de chuvas no período de plantio de importantes culturas como, milho, soja e feijão, teve impactos ao prejudicar parcialmente essas lavouras. Esse fato, entretanto, não chegou a alterar o caminho de crescimento da safra”.

Brasília, 07h18min

Vicente Nunes