A real de Portugal: primeiro-ministro é alvo de busca e apreensão. Cinco são presos

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O dia amanheceu quente em Portugal. Um operação que conta com cerca de 140 policiais e integrantes do Ministério Público fez buscas e apreensões no Palácio de São Bento, a residência oficial do primeiro-ministro, o socialista António Costa, em em vários ministérios. O motivo: suspeitas de favorecimento a uma empresa na exploração de lítio e hidrogênio.

Até agora, cinco pessoas foram presas, entre elas, o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, e o empresário Diogo Lacerda Machado, que faz questão de se apresentar como amigo de Costa. Também foram detidos o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, e dois empresários da região.

São alvos de buscas e apreensões o ministro de Infraestrutura, João Galamba; o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro; o ex-ministro do Ambiente João Matos Fernandes, e o dono da empresa Lusorecursos, Ricardo Pinheiro. É essa companhia que está no centro do escândalo.

Por conta das operações, o primeiro-ministro suspendeu a sua ida ao Porto, onde teria uma série de agendas, para conversar com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Souza, no Palácio de Belém. Os dois falaram a sós por mais de 30 minutos.

O que dizem as investigações

O motivo principal para as diligências determinadas pelo Ministério Público foi a autorização dada a Lusorecursos para a exploração da mina de lítio em Montalegre e Boticas, mesmo a empresa não fazendo parte do grupo que ganhou o direito de prospecção.

A decisão do Ministério Públicos foi tomada depois que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) permitiu que a Lusorecursos entrasse na exploração do lítio. Os procuradores querem saber de onde partiu a determinação para que houvesse o favorecimento à empresa.

Também há investigação sobre um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogênio em Sines, apresentado por um consórcio que se candidatou ao estatuto de Projetos Importantes de Interesse Comum Europeu (IPCEI), e um projeto de construção de “data center” desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade “Start Campus”.

Vicente Nunes