Diante da alta dos preços das moradias e dos alimentos, brasileiros que moram, trabalham e estudam em Portugal têm recorrido cada vez mais a grupos de mensagens para driblar as dificuldades. “É um mundo a ser explorado, mas sempre para o bem”, afirma o administrador de um dos grupos.
E não há qualquer exagero no que ele diz. Entre os participantes dos grupos, há pessoas que pedem doações, há oferta de móveis e roupas usadas, pedidos de moradia e de emprego e até auxílio para a regularização da documentação necessária para se viver em tranquilidade em Portugal.
“As comunidades são enormes em cada grupo. Há até fila de espera para entrar em alguns deles”, ressalta o responsável por reunir interessados no convívio on-line. “O bom é que sempre podemos ajudar. No nosso grupo, não há desperdícios. Se alguém tem algo de que não precisa mais, logo faz a doação. E tem sempre alguém precisando“, acrescenta.
Também há algumas confusões, sobretudo, quando a política entra no debate. Isso é visível, sobretudo, num grupo de investidores e empreendedores que decidiram, em maioria, trocar o Brasil por Portugal. Já houve casos de os administradores terem de excluir alguns participantes, devido à agressividade com que agiam.
Os administradores dos grupos reconhecem que não é fácil a vida de quem decide emigrar. E, no caso de várias pessoas que cruzaram o Atlântico cheias de sonhos, mas não se prepararam o suficiente para as mudanças que estavam por vir, a frustração não demora em dar as caras.
Por isso, acreditam os gestores dos grupos, esse convívio, mesmo que digital, por trás de teclas de telefones ou de computadores, tem sido fundamental para tirar muita gente de situações bastante complicadas. E, sobretudo, mostrar que há solidariedade com alguém que está necessitando de um simples oi.