A real de Portugal: casal de brasileiros é preso por estímulo à imigração ilegal, fraudes e exploração de pessoas

Compartilhe

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que será extinto no fim de outubro, prendeu, na quinta-feira (26/10), um casal de brasileiros acusado de estimular a imigração ilegal para Portugal, fraudar documentos e explorar pessoas em situação de vulnerabilidade. Os brasileiros vivem em Almada, na região metropolitana de Lisboa.

Segundo as investigações, que envolveram a Polícia Judiciária, o casal de brasileiros atuava como uma quadrilha organizada. Os dois faziam promessas a cidadãos de várias partes do mundo, ofereciam empregos e cobravam caríssimo por documentos para que essas pessoas pudessem viver legalmente em Portugal.

Os brasileiros usavam um hostel para emitir comprovantes de reservas à imigração portuguesa alegando que os estrangeiros ficariam hospedados no estabelecimento. “O hostel, situado em Almada, funcionava como plataforma de facilitação de imigração ilegal para Portugal”, ressalta o SEF.

O casal simulava, também, contratos de trabalho ou de prestação de serviços, por meio de empresas das quais são os sócios-gerentes. Eles gerem uma frota de automóveis na plataforma eletrônica Uber, na qual empregam vários cidadãos estrangeiros em situação ilegal.

Mais: os brasileiros asseguravam a inscrição dos estrangeiros na Segurança Social, a Previdência de Portugal, e na Autoridade Tributária a troco de elevadas quantias, num esquema ilícito.

Durante a operação “Rota Fina”, que contou com 23 inspetores do SEF, foram apreendidos documentos e computadores com materiais relacionados às atividades ilícitas dos suspeitos.

Ao chegarem ao hostel, os fiscais do SEF encontraram cerca de 15 cidadãos estrangeiros vivendo em condições muito precárias, num claro sinal de que eram explorados.

Os brasileiros serão apresentados ao Tribunal de Justiça e vão responder por vários crimes. Não há previsão de que sejam extraditados para o Brasil, pois os crimes foram cometidos em território português.

Vicente Nunes