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A real de Portugal: brasileiras sofrem atrás de creches para os filhos

Publicado em Economia

Apesar da promessa do primeiro-ministro António Costa de ampliar a oferta de vagas em creches espalhadas pelo país, as famílias sofrem para encontrar uma vaga para as crianças. As mães brasileiras estão entre as que mais têm penado para ser atendidas nesses pleitos.

 

Muitas das brasileiras que vivem em Portugal são chefes de família ou os maridos trabalham em outros países. Com isso, enfrentam enormes dificuldades para conciliar o trabalho, quando têm, com a missão de cuidar dos miúdos.

 

Bianca Ribeiro, 39 anos, deixa esse quadro bem claro em entrevista ao jornal Público. Ela conta que está desempregada e o marido, um inglês, não vive com ela em Portugal. Portanto, ela precisa urgentemente de uma vaga para a filha de apenas um ano.

 

Segundo Bianca, que não tem família em Portugal, ela perdeu o emprego de analista administrativa porque não conseguiu atender o chamado da empresa, na qual estava há quatro anos, para retornar ao trabalho presencial.

 

Como ela, que foi a seis creches e está numa lista de espera, outras mães estão à beira do desespero, pois precisam encontrar um local para deixar os filhos, seja para trabalhar, seja para procurar um emprego.

 

O governo português informa que, apenas nos últimos dois meses, foram disponibilizadas mais 9 mil vagas em creches, totalizando 85 mil disponíveis neste ano. A promessa é de ampliar a oferta em mais 20 mil matrículas até 2026.

 

As crianças filhas de imigrantes já representam quase 10% de todas as matrículas em creches e escolas públicas de Portugal. Somente no ano letivo que começou neste mês de setembro, 30 mil crianças estrangeiras foram matriculadas em creches e na primeira etapa de ensino. Delas, mais de 15 mil são brasileiras.

 

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no ano passado, quase 17% das crianças nascidas em Portugal eram filhas de imigrantes, a maioria, de pais brasileiros.