Desse total, 64 são mulheres e 163, homens. Segundo a Santa Casa, a maioria, 217 (95,6%), tem entre 18 e 65 anos. No total, os brasileiros representaram 6% de todos os imigrantes em dificuldades atendidos pela entidade no ano passado.
A ajuda prestada pela Santa Casa é ampla, mas tem sobressaído, principalmente, o fornecimento de comida e a concessão de abrigo. Ou seja, antes do auxílio da instituição, os imigrantes, incluindo os brasileiros, estavam passando fome e não tinham moradia digna.
Saúde, emprego e documentação
A Santa Casa ressalta que, além de alimentação e alojamento, oferece aos imigrantes necessitados orientação e encaminhamento para vários órgãos públicos, como a Segurança Social (Previdência Social) e o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os indocumentados, que acabam sendo empurrados para as ruas, recebem apoio para ser atendidos pela Agência para Integração, Migrações e Asilo (Aima), órgão que, no fim de outubro passado, substituiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (Aima).
Os desempregados, que são o grosso dos que pedem socorro, podem fazer cursos profissionalizantes, a fim de de se encaixarem no mercado de trabalho. Portugal sofre com o rápido envelhecimento da população e a falta de mão de obra.
Desejo de voltar para casa
Há casos, ainda, em que os imigrantes são encaminhados para as embaixadas ou consulados dos respectivos países. Entre os brasileiros com dificuldades, muitos querem ajuda financeira para retornar ao Brasil. Mas não há previsão orçamentária no Itamaraty para esse tipo de auxílio.
A Santa Casa informa que todo o apoio prestado aos necessitados é avaliado caso a caso, de acordo com os critérios dos serviços prestados e segundo a avaliação individual que é feita no âmbito do acompanhamento dos cidadãos.
Com base nessas avaliações, reforça a instituição, são concedidos os auxílios, mas sempre definindo um plano para que os imigrantes possam recuperar a dignidade e caminhar com pernas próprias, com integração social e autonomia.
A Prefeitura de Lisboa também executa programas sociais, de forma a reduzir a população em situação de rua. Mas, segundo o prefeito Carlos Moedas, entre os estrangeiros, os brasileiros são os que menos precisam de ajuda.