A desmoralização de Bolsonaro e Braga Netto

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Militares da ativa que não abrem mão do bom senso estão rindo da vergonha passada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Defesa, Braga Netto. A visão geral entre esse grupo de fardados é de que tanto o presidente quanto o ministro saíram desmoralizados do patético desfile de tanques pela Esplanada dos Ministérios.

Não há dúvidas, entre os fardados, “que o mico foi geral”. Se a intenção de Bolsonaro era intimidar o Congresso em dia de votação da PEC do voto impresso, o que ele conseguiu, na verdade, foi transformar as Forças Armadas em motivo de chacota. Nas redes sociais, terreno no qual o presidente é muito presente, o governo e as Forças apanharam feio.

O que se viu foram tanques de guerra ultrapassados, sem capacidade para enfrentar uma batalha de verdade. Em vez de manter a confiança nas Forças Armadas, a população teve a certeza de que o país está desguarnecido. Bolsonaro está sendo chamado de “chefe supremos das Forças enferrujadas”. E Braga Netto, que sugeriu o desfile ao chefe, de “capacho deslumbrado”. Um vexame total.

A tal tentativa de Bolsonaro de intimidar o Congresso, além de envergonhá-lo, deu motivos de sobra para a Câmara enterrar de vez a PEC do voto impresso, inclusive com a ajuda de votos de conhecidos aliados do governo. Ou seja, o presidente ficará ainda mais isolado e sem argumentos para atacar as urnas eletrônicas, que são confiáveis e auditáveis.

Brasília, 19h29min

Vicente Nunes