O futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, tem uma longa ligação com a instituição, ressaltam integrantes do governo que já trabalharam com ele.
Como ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, Levy nomeava os representantes do Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig), que integra a Câmara de Comércio Exterior (Camex), responsável pela liberação dos polêmicos empréstimos de US$ 1,3 bilhão para a Odebrecht em Angola e na Venezuela.
Não é só: Levy foi secretário do Tesouro Nacional do governo Lula justo no período em que começaram os empréstimos do BNDES às empreiteiras que atuavam no exterior e comandaram o maior esquema de corrupção que se tem notícia no Brasil, o da Petrobras.
Para quem não se lembra, os delatores que permitiram à Justiça levar Lula e outros políticos para a prisão disseram ao Ministério Público Federal que a Odebrecht pagou para ter influência na Camex, órgão no qual o ministro da Fazenda tem assento.
No governo Bolsonaro, por sinal, a Camex, assim como todo o Ministério da Indústria e do Comércio Exterior (Mdic), será incorporada pelo Ministério da Economia, que será comandado por Paulo Guedes.
Foi Guedes quem convidou Levy para o comando do BNDES. Atualmente, Levy ocupa uma diretoria no Banco Mundial.
Brasília, 13h51min