Jorge Paulo Lemann finge que é bobo

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POR ANTONIO TEMÓTEO

O modelo de negócios de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira tem sido questionado pelo mercado. Isso porque as empresas controladas pelos donos da gestora 3G Capital não têm garantido os mesmos retornos dos últimos anos. A fórmula de corte de gastos e choque de gestão, segundos os analistas, não dá o mesmo retorno. Além disso, as declarações recentes de Lemann de que é um dinossauro quando o assunto é inovação pegaram os analistas de surpresa.

Mas há um abismo entre o que Lemann diz e o que realmente faz. O executivo tem dados passos substanciais para investir em empresas “disruptivas”. Para isso, tem preferido o anonimato. A GP Investments, por meio subsidiária Spice Private Equity, anunciou recentemente um aporte de US$ 60 milhões na The Craftory. Essa companhia atua no segmento de bens de consumo e está de olho em “marcas disruptivas”. Para isso, a Spice e outros investidores farão um aporte de US$ 300 milhões de capital permanente. Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles, Carlos Alberto Sicupira estão entre esses investidores, mas não usaram a 3G para fazer o aporte.

Engana-se quem pensa que o trio Lemann, Telles e Sicupira está acomodado com os ganhos das companhias que controlam. Os empresários têm analisado novas oportunidades de investimentos com frequência e têm consciência de que o período de liquidez abundante, com crédito barato, ficou para trás. Agora, mais do que nunca, estão em busca de negócios com potencial de ganhos e sabem que terão de tirar do próprio bolso.

Vicente Nunes