HAMILTON FERRARI
O Ministério da Economia começou a prestar mais 39 serviços de forma digitalizada nesta segunda-feira (25/6). Ao todo, a pasta oferta 301 procedimentos de forma totalmente virtual e outros 54 parcialmente. Segundo a Secretaria de Governo Digital, a transformação digital já atingiu 80% de todos os atendimentos possíveis.
De acordo com o secretário Luis Felipe Salin Monteiro, o Ministério da Economia tem criado um esforço para a digitalização ser realidade em todo o governo. Atualmente, há 1.407 serviços em toda administração pública federal virtuais, sendo que 160 foram implementados de janeiro até hoje.
A Secretaria de Governo Digital tem até o fim de 2020 para incrementar outros 840 na lista. Salin Monteiro explica que pela primeira vez os serviços são digitalizados com ajuda dos contribuintes. “O primeiro estágio é a fase de pesquisa do usuário, que o Ministério da Economia tem um time que levanta da cadeira e vai entender as demandas do usuário. Ele entende a jornada para o consumo deste serviço: se precisou se deslocar, se pegou fila, se teve que autenticar documento, a experiência de consumo”, disse o secretário.
Tendo essas informações, o grupo de servidores utiliza um conjunto de plataformas tecnológicas para acelerar a transformação digital de todo o governo. “É um projeto que dura entre três e seis meses. Antes do serviço ser entregue, voltamos ao usuário e fazemos outra pesquisa de ajustes e para entender se ele conseguirá navegar”, afirmou.
Entre os serviços digitais adotados a partir desta segunda estão a a comunicação de acidentes de trabalho, incêndios, riscos e inspeções a empreendimentos às unidades regionais de Fiscalização do Trabalho, além da solicitação de vínculos empregatícios do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Hora do brasileiro
De acordo com Salin Monteiro, o governo consegue reduzir os gastos em, pelo menos, quase R$ 160 milhões com as medidas. As despesas com papel, logística, transporte, salas, por exemplo, são deixados de lado. “Além disso, traduzimos o tempo do cidadão em valores monetários e conseguimos economizar R$ 589 milhões por ano. A hora do brasileiro tem um custo, que é dado por indicadores econômicos. Toda hora que ele espera, ou deslocamento, é possível quantificar em valores reais”, declarou o secretário de Governo Digital.
Levantamento com base no Standard Cost Model (SCM), criado na Europa e aplicado para mensurar a economia gerada pela transformação digital, estima que esse processo pode gerar mais de R$ 6 bilhões de economia anual para a sociedade brasileira.
O retorno do investimento também costuma ser rápido. Apenas com os serviços do Ministério da Economia transformados em 2019, estima-se uma economia de aproximadamente R$ 420 para cada R$ 1 real investido, além de poupar ou reduzir em mais de 8 milhões de horas o tempo gasto por todos os cidadãos que antes tinha de acessar esses serviços presencialmente.
Enxugamento
Salin Monteiro citou que a medida vai em linha com o enxugamento da máquina pública e com a diminuição do número de servidores. Ele exemplificou que um serviço da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu que 700 funcionários fossem remanejados. “Até ano passado o cidadão tinha que tirar o Certificado Nacional de Vacinação no Aeroporto, até para fazer viagens para país que exigiam. Agora, é tudo digital. O cidadão toma uma vacina e manda o comprovante em foto para receber o certificado”, disse.
Os servidores da Anvisa foram liberados para fazer outras atividades, como fazer a fiscalização sanitária, que é o principal objetivo da agência. “Quando transformamos digitalmente, nós transformamos pessoas que estão fazendo trabalho burocrático e passam a fazer trabalhos importantes e reduz a pressão para contratação de novas pessoas e concursos públicos. No médio prazo, com as pessoas se aposentando, a tendência é de redução do estado”, disse o Secretário de Governo Digital, Salin Monteiro.
Para saber mais sobre os serviços do governo federal, acesse www.servicos.gov.br.
Brasília, 16h22min