“Quantos shows você já assistiu?” Essa é uma pergunta recorrente que me fazem já há algum tempo. Sempre respondo: não consigo contabilizar! Posso dizer que foram milhares, ao longo de quatro décadas como repórter da área musical. Tudo começou quando eu era estagiário no extinto Diário de Brasília e passei a ir aos espetáculos com olhos e ouvidos atentos ao que ocorria no palco, para depois levar aos leitores as informações do que apurei sobre a performance dos cantores, músicos e bandas.
Embora tenha feito a cobertura para o Correio de grandes eventos, como o Rock in Rio, Hollywood Rock, Free Jazz Festival e carnaval de Salvador, vou me ater aos shows em Brasília, em diferentes épocas e locais, protagonizados por expoentes da MPB e da música internacional. Há os que se apresentaram na cidade inúmeras vezes, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Gal Costa, Ney Matogrosso, Paulinho da Viola e Marisa Monte. Outros menos, mas que proporcionaram momentos marcantes.
Vou destacar aqueles que guardei na memória afetiva, por razões diversas, mas sem me permitir entrar em considerações — até pela falta de espaço. Recordo-me das datas de alguns deles, porque estão registradas em textos no Minha Trilha Sonora, livro de memórias musicais que lancei em 2015. Citá-las, acredito que seja cansativo. Mas, em relação à maioria, infelizmente, vou passar batido.
Como não lembrar do recital de João Gilberto na Sala Villa-Lobos; dos shows — raros — de Elis Regina, no Cine Brasília; de Tom Jobim, na Academia de Tênis; de Luiz Gonzaga, na Casa do Ceará; de Clementina de Jesus, no Teatro da Escola Parque; de Emílio Santiago, na AABB; e, também, de Cazuza (com o Barão Vermelho), no Drive In; de Raul Seixas, no Gran Circo Lar; e de Ângela Maria, no Teatro Oi. Sem esquecer, é óbvio, dos concertos de Paul McCartney, no Estádio Nacional Mané Garrincha; e de Ringo Starr, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Talvez seja mais difícil escolher o show que mais me emocionou entre os muitos dos astros e estrelas que mencionei antes. Mas, vamos lá: o de voz e violão de Caetano Veloso, na Esplanada dos Ministérios; o Índia, de Gal Costa, no Teatro da Escola Parque; o que Maria Bethânia fez na Villa-Lobos, em homenagem de Vinicius de Moraes; o Geraes, de Milton Nascimento, e o do Secos e Molhados, no Nilson Nelson; o Fruto Proibido, de Rita Lee, no ginásio do Colégio Marista; e o de Gilberto Gil, cantando Bob Marley, no Camping Show. Não posso esquecer o show com o qual Cássia Eller cumpriu longa temporada no Bom Demais, onde foi descoberta para o estrelato.
Tem mais: o que Paulinho da Viola fez na antiga e pequena sede do Clube do Choro; o de Mercedes Sosa e o de Chico Buarque (ao lado do cubano Pablo Milanez), na Sala Villa-Lobos; o Que país é este, da Legião Urbana, no antigo Mané Garrincha; e o dos Tribalistas, no agora Estádio Nacional que leva o nome do grande craque do Botafogo e da Seleção. São igualmente inesquecíveis os de Roberto Carlos, que reuniu 200 mil pessoas, na Esplanada dos Ministérios; e o de Ivete Sangalo, em cima do trio elétrico na Micarecandanga.
*Artigo publicado nesta sexta-feira (31/7) no Correio Braziliense.
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