Saiba o que esperar do show De Santo Amaro a Xerém, de Maria Bethânia e Zeca Pagodinho

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No último sábado (21/4), Maria Bethânia e Zeca Pagodinho apresentaram show De Santo Amaro a Xerém, no Rio de Janeiro. Em 30 de maio, a dupla passa por Brasília, onde a turnê termina

Rio de Janeiro* — Além do bem selecionado repertório e da interpretação personalíssima de Maria Bethânia e Zeca Pagodinho para cada música, chama a atenção no espetáculo De Santo Amaro a Xerém a total interação entre os dois baluartes da MPB no palco. Isso ficou bem claro na noite de sábado no KM de Vantagens Hall, na Barra de Tijuca, no Rio de Janeiro.

Dividido em sete partes e mais o bis, o show é aberto com os dois em cena — acompanhados por banda de sete músicos — cantando a inédita Amaro Xerém, samba de roda inédito, composto por Caetano Veloso especialmente para a ocasião. Logo em seguida, emocionado, o público ouve Sonho meu, que remete à Dona Ivone Lara, a grande dama do samba, morta no dia 16.

Turnê “De Santo Amaro a Xerém” – Km Vantagens Hall Rio (21/04/2018). Crédito: Gerlan Cidade/Divulgação

Uma sucessão de belas canções e sambas ouve-se em seguida, indo de Cotidiano (Chico Buarque) e A voz do morro (Zé Keti). Sozinho, Zeca revisita músicas que gravou com sucesso como Verdade (Nelson Rufino) e Não sou mais disso, dele e Arlindo Cruz. Aproveitou para falar com carinho do parceiro, que continua hospitalizado.

Bethânia, em seu momento solo, implicitamente fez referência à memória da mãe, Dona Canô, ao revisitar o clássico Reconvexo. Do histórico LP Ao Vivo na Boate Barroco trouxe de volta os espirituosos sambas Pano legal (Billy Blanco) e Café soçaite (Miguel Gustavo), além da antológica Ronda (Paulo Vanzolini).

Turnê “De Santo Amaro a Xerém” – Km Vantagens Hall Rio (21/04/2018). Crédito: Gerlan Cidade/Divulgação

Uma das partes que mais mexe com a público é quando eles homenagearam suas respectivas escolas de samba. Zeca reverencia a Portela ao reviver Portela na avenida (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e Foi um rio que passou em minha vida (Paulinho da Viola); enquanto Bethânia homenageia a Mangueira com Atrás da Verde e Rosa só não vai quem já morreu e Exaltação à Mangueira.

Ao final, os dois juntam as vozes em Chão de de estrelas (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa). No bis, com parte da plateia de pé e os fãs mais entusiasmados fazendo coro em frente ao palco, Bethânia e Zeca despedem-se cantando Deixa a vida me levar (Serginho Meriti e Eri do Cais) e Que é o que é (Gonzaguinha).

No beija-mão, por mais de uma hora, Bethânia recebeu no camarim Fátima Bernardes, Zé Maurício Machline, João Vicente Castro, Bia Lessa, Cissa Guimarães, jornalistas e fãs. Já Zeca foi reverenciado por, entre outros, Jorge Aragão, os técnicos de futebol Cristovão e Ricardo Gomes; e também Zé Maurício Guimarães e Fátima Bernardes.

*O repórter viajou a convite da produção do show

Maria Bethânia e Zeca Pagodinho cantam Amaro Xerém, de Caetano Veloso

Irlam Rocha

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