Plebe Rude e Afonso Nigro regravam P da vida

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Banda brasiliense lança EP com duas faixas. A outra é a inédita O gigante adormecido

Um encontro inusitado reuniu músicos que , em seus respectivos segmentos, se destacaram na década de 1980: a banda brasiliense de punk rock brasiliense Plebe Rude e Afonso Nigro, vocalista da boyband pop paulistana Dominó. O que os juntou foi a regravação do hit P da vida, versão de Edgard Poças para Tutte la vita, do italiano Lucio Dalla. O versionista lembra que a ideia, ao escrever a letra era fazer algo diferente, que considerasse importante dizer na época: “Chamei de Puto da vida, que naquela época era algo proibitivo; e então precisou mudar o título”.

A versão em português chamou a atenção dos integrantes da Plebe pela temática e por reconhecer na letra forte e impactante a possibilidade de conciliar o apelo comercial e o conteúdo. “Eu já gostava da música desde a década de 1980. Achava ousado o fato do grupo mais pop da música brasileira ter conseguido gravar uma letra de cunho social e contundente”, lembra Philippe Seabra, guitarrista e vocalista da banda. “P da vida não envelheceu, muito pelo contrário. Então a Plebe ficou muito à vontade para fazer nova versão”, justifica.

Segundo Afonso Nigro, o dueto improvável só foi possível porque a música é atemporal e remete, de certo modo, ao momento pelo qual estamos passando. “Regravar P da vida foi o máximo, ainda mais com uma banda que eu sempre admirei.O Philippe é superquerido e adorei a concepção do novo arranjo. Tem o Clemente também, meu ídolo de infância. Estou muito feliz com o resultado”, ressalta. Na gravação, há o peso das guitarras distorcidas no lugar dos teclados.

O lançamento de P da vida vem junto com O gigante adormecido, composição inédita de Philippe Seabra. Esta faixa inédita, de acordo com Seabra, é sobre a passividade do brasileiro, que não consegue manter o foco no meio dos ruídos das redes sociais e rapidamente perde qualquer noção de indignação. “É a nossa resposta para P da vida. O gigante que todos achavam que havia acordado nas manifestações de 2013, logo adormeceu de novo. É tanta notícia ruim, tanta energia negativa, que temos medo de as pessoas ficarem anestesiadas”.

Irlam Rocha

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