Noites pernambucanas transforma Clube do Choro numa sucursal do Marco Zero

Compartilhe

Projeto Noites pernambucanas levou o clima do carnaval de Pernambuco para o espaço

O Espaço Cultural do Choro, no Eixo Monumental, se transformou numa sucursal do Marco Zero, no Recife Antigo — local de maior concentração de foliões no carnaval da capital pernambucana –, na noite de domingo (25/2). Aproximadamente 400 pessoas assistiram a apresentação de cantores, compositores e maestros, caíram no frevo e dançaram ciranda durante o espetáculo Noites pernambucanas.

Parte da programação comemorativa dos 40 anos do Clube do Choro, o show foi a mais festiva celebração da data. Num local em que plateias bem comportadas costumam aplaudir a performances de instrumentistas virtuosos, o clima foi totalmente carnavalesco. Fantasiadas e empunhando sombrinhas coloridas — marca registrada da folia recifense –, as pessoas caprichavam nos passos e na coreografia.

A Marafreboi, sob a batuta do maestro Fabiano Medeiros abriu os trabalhos em grande estilo, contando com o desfile de personagens representativas da cultura popular nordestina. Logo em seguida muita gente já estava em pé, dançando. E continuou assim quando o veterano maestro Formiga exibiu toda sua jovialidade, ao reger a Mrafreboi no embalo de um surpreendente arranjo, que transformou Satisfaction, o rock clássicos dos Rolling Stones num frevo rasgado.

Depois de uma aplaudissíma apresentação, Formiga deu lugar ao Maestro Edson Rodrigues. Aí o público teve uma pausa para descansar, pois ele optou por homenagear o lugar que o acolheu ao interpretar, tocando saxofone duas pérolas desse gênero musical, Lamento (Pixinguinha e Vinicius de Moraes) e Pedacinhos do céu (Waldir Azevedo), acompanhado por dois instrumentistas da cidade, o cavaquinista Léo Benon e o violonista Vinicius de Oliveira. Rodrigues, como todos os convidados também tocou frevo.

Irriquieto e irreverente, o Maestro Forró foi um show à parte na programação, mostrando porque é um dos ícones do frevo e do maracatu. Tocou músicas que compôs para a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, tendo a companhia do cantor EdCarlos, outra grande figura.

Atração mais aguardada, o Maestro Spock foi recebido de forma delirante pelos foliões, que se soltaram ainda mais enquanto ele tirava belos sons do seu saxofone, ao passear por um repertório que incluiu Frevo sanfonado (Sivuca) e o hino Batutas de São José. Antes de o palco conclamou o público para formar uma grande roda de ciranda, sendo prontamente atendido.

Foi de forma lírica que o Noites Pernambucanas chegou ao final. A beleza do canto do Coral Edgard Moraes emocionou a todos a entoar o frevo clássico Evocação nº 1 (Nelson Ferreira) e o hino do Bloco da Saudade, além da homenagem Galo da Madrugada. Tudo com a adesão dos reverentes e entusiasmados espectadores.

Assista como foi o projeto Noites pernambucanas, no Clube do Choro

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

Posts recentes

Opinião: Chico, gênio da raça

Desde que surgiu no cenário da Música Popular Brasileira (MPB), em 1966, ao vencer o…

5 meses atrás

Tim Maia será o grande homenageado do 31º Prêmio da Música Brasileira

O mais importante evento do gênero, no universo artístico nacional, o Prêmio da Música Brasileira…

6 meses atrás

Tom Zé ganha homenagem em show no Rio de Janeiro

Dono de uma das belas vozes da nova geração entre cantores da da MPB, o…

9 meses atrás

Brasília boa de dançar: as boates que marcaram a história da capital

https://www.youtube.com/watch?v=26Dqc_ZLuXM

10 meses atrás