Emoção, homenagens e reflexão em ‘Vai ter Natal’, live de Caetano Veloso

Crédito: Youtube/Reprodução. Caetano Veloso e os filhos em live natalina

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Na aguardada live, Caetano Veloso revisita a carreira de mais de 50 anos

Um presente e tanto! Em Vai ter Natal, durante uma hora e meia, Caetano Veloso proporcionou momentos de pleno enlevo a quem assistiu à live, apresentada ontem (19/12), no Teatro Claro, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e transmitida pelo canal Like. Num recital quase informal, de voz e violão, o ícone da MPB revisitou canções marcantes de sua obra em mais de 50 anos de carreira. Ele emocionou os fãs ao interpretar clássicos como Avarandado (uma das primeiras músicas que compôs), Não identificado, Cajuína — que fez para homenagear Torquato Neto, companheiro do movimento tropicalista –, Leãozinho, Sampa, Terra, Tigresa, Luz do sol e Luz de Tieta.

O show teve um caráter bem familiar. Produzido pela mulher Paula Lavigne, houve a participação dos filhos. Com Zeca, Caetano dividiu a interpretação de White Christmas. Tom, além de exibir talento instrumental, acompanhando o pai ao violão num dos números, viu o ídolo cantar a inédita Alto acalanto, composição feita para o neto, Benjamim -, filho do caçula dos Veloso. Já Moreno, tocou prato em Reconvexo, como se estivesse num samba de roda no Recôncavo Baiano. No repertório foi incluída a pouco conhecida Noite de cristal, feita para a irmã Maria Bethânia.

No show, as únicas canções que não tinham a assinatura do artista baiano eram a citada White Christmas, do norte-americano Bing Crosby, e Boas festas, do compositor santo-amarense Assis Valente, que levou Caetano a afirmar: “O maior acontecimento do mundo foi o nascimento de Jesus”, citando pensamento da filósofa alemã Hannah Arendt. Ao falar sobre as diferenças entre as comemorações do Natal no Brasil e nos Estados Unidos ele relembrou dos presépios, que tanto admirava na infância, montados pelas famílias em Santo Amaro sua terra natal. “Natal remete a luzes e a ceia”. No encerramento da live, ouviu-se Gente, cujo verso final diz: “Gente é pra brilhar/ Não pra morrer de fome”.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.