A turnê de Caravanas, o show de Chico Buarque de Holanda, em cartaz até o início de fevereiro no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, só vai ser definida em breve — possivelmente em março, quando do início da temporada em São Paulo. De acordo com Mário Canivello, assessor de imprensa do cantor e compositor, até agora certo mesmo é que começa pelo Nordeste e depois segue para a região Sul do país. Assim sendo, o espetáculo só deve chegar a Brasília em junho.
Ao assistir a Caravanas na quinta-feira, pude perceber o impacto e a comoção que provoca nos espectadores, desde a abertura, quando Chico interpreta Minha embaixada chegou e canta: “Deixa meu povo passar/Meu povo pede licença”. Esta é a única música do roteiro que não tem a assinatura desse gênio da música popular brasileira. Todas as canções do Caravanas estão no repertório e a elas se juntam clássicos da obra buarqueana, da importância de Mambembe, Retrato em banco e preto, Sabiá, Gota d´’agua e Dueto. Em quase todas a plateia, formada basicamente por pessoas adultas, mas com a presença de muitos jovens — todos claramente fãs do artista — reage com aplausos e gritos.
Entre as do novo disco, as que receberam acolhida mais calorosa foram a polêmica Tua cantiga e Massarandupió. Logo depois de cantar essa última, Chico diz: “Essa eu fiz com o meu parceiro mais querido, Chico Brown (que vem a ser seu neto). Em Homenagem ao malandro, da trilha sonora do musical Ópera do Malandro, do fim da década de 1970, soa atualíssimo trecho do verso que faz enfática referência à classe política: “Malandro, candidato a malandro federal”. Na interpretação da bela Todo sentimento, feita em parceria com Cristóvão Bastos, Chico passeia pelo palco e observa a emoção que passou ao público.
Em Grande Hotel, o parceiro Wilson das Neves, é homenageado. Chico cobre a cabeça com chapéu semelhante ao que usava o saudoso baterista de sua banda, morto em 2017.Chamou a a atenção também o fato de o cantor tocar violão em quase todo o show — no qual tem a companhia dos músicos que estão ao seu lado há 30 anos, entre eles o contrabaixista cearense-brasiliense Jorge Helder.
Mesmo sem nenhuma fala de Chico Buarque com alusão ao momento político nacional, quando ele deixa o palco ouve-se em alto e som, vindo de vários setores do Vivo Rio, a hastag “Fora Temer!”. Na volta para o bis, ao cantar Geni e o Zepelim, forma-se um coro para acompanhá-lo no refão: “Joga bosta na Geni!”. Mas, em silencio os admiradores ouvem Futuros amantes. Diante de insistentes apelos, Chico retorna para um segundo bis e lembra de sua árvore genealógica, com Paratodos,
À saída, muita gente para no saguão para adquirir Caravanas, nas versões CD e LP. Outra lembrança que levaram para casa daquela noite memorável é a foto tirada ao lado do cartaz do show.
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