Adeus Pantanal: Tetê Espíndola e outros 32 artistas clamam contra a devastação do bioma

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Certamente, ninguém na MPB tem mais representatividade para lançar um grito de alerta e soltar gorjeios em defesa do Pantanal, do que Tetê Espíndola. Natural de Campo Grande, a cantora pantaneira reuniu outras 32 vozes na gravação do videoclipe de música com pedido de socorro de um dos mais importantes biomas brasileiros, localizado entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, vítima de sucessivos incêndios — para muitos “criminosos”.

Em Adeus Pantanal, composta há 40 anos, o saudoso Itamar Assumpção, já antecipava na letra os problemas vividos por aquela extensa área de 250 mil quilômetros quadrados. Num trecho diz: “Eu fui à Corumbá para no Pantanal olhar a bicharada/ Eu fui pra ver, não vi, que decepção senti/ Vi quase nada”. Tetê conta o que levou a revisitar esta canção de temática ecológica. “Eu tive um sonho, foi como premonição. Eu era uma nuvem e fui até o Pantanal levar a chuva. Foi incrível salvar os bichos e desde então os pássaros da minha garganta resolveram se manifestar”.

Tetê, apresentada ao Brasil ao vencer o Festival do Festivais da Rede Globo em 1985 com a música Escrito nas estrelas, em parceria com o cantor, músico e produtor Carlos Navas, reuniu colegas de ofício para gravarem o clipe, produzido por Arnaldo Black, com arranjos e mixagem de Caíto Marcondes. “Nossa intenção é fazer um alerta, para que essa situação lastimável que o nosso Pantanal vem sofrendo, como o fogo e o descaso institucional”, ressalta, “Infelizmente, enfrentamos um momento desafiador em nosso meio ambiente. Por isso unimos nossas energias e fizemos este vídeo coletivo, para que todos se conscientizem desse sério problema”.

Ney Matogrosso, Arnaldo Antunes, Chico César, Zeca Baleiro, Rolando Boldrim, Carlos Rennó, Bené Fontelles, Dani Black, Alzira A, Vânia Bastos, Jane Dubock, Lucina, são alguns dos artistas que participaram da gravação do clipe. Os acompanhamentos ficaram por conta de Caito Marcondes (guitarra e percussão), Sandro Moreno (bateria e percussão) e Bianca Bacha (ukelelê). Carlos Navas foi o responsável pelo suporte de produção e voz.

Irlam Rocha

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