O longa Army of the dead: Invasão em Las Vegas estreou na última sexta-feira (21/5) na Netflix com uma abordagem diferente, que mistura os subgêneros de zumbi e roubo a cassino
Por Pedro Ibarra*
Uma história que mistura um apocalipse zumbi com um assalto a um cassino, dois dos subgêneros mais populares do cinema de ação. Essa é a premissa de Army of the dead: Invasão em Las Vegas, a nova produção original Netflix. O filme é dirigido, escrito e produzido por Zack Snyder e estreou na última sexta (21/5) na plataforma de streaming. Leia a crítica de Army of the dead.
O longa começa mostrando Las Vegas sendo invadida por zumbis e cercada para que esses monstros não escapem para fora da cidade. O filme foca em Scott Ward (Dave Bautista), um ex-mercenário que se tornou herói ao salvar pessoas em Las Vegas, que anos após o incidente recebe uma proposta para fazer mais um trabalho. O empresário Bly Tanaka (Hiroyuki Sanada) oferece US$ 50 milhões para que Scott e uma equipe roubem US$ 200 milhões de dentro dessa Las Vegas cheia de zumbis.
Scott junta uma equipe formada pelos velhos amigos Vanderohe (Omari Hardwick) e Maria Cruz (Ana de la Reguera); o especialista em cofres Dieter (Matthias Schweighöfer); os assassinos Coiote (Nora Arnezeder), Mikey Guzman (Raúl Castillo) e Chambers (Samantha Win); a piloto de helicóptero Marianne Peters (Tig Notaro); e o enviado de Tanaka, Martin (Garret Dillahunt). No fim, junta-se ao grupo Kate Ward (Ella Punell), filha de Scott, que adiciona todo um lado dramático à história.
Roteiro de Army of the dead foi finalizado no set
O filme foi escrito e reescrito várias vezes. Deborah Snyder, coprodutora do longa e esposa de Zack, conta que durante as gravações o roteiro ainda não estava finalizado. Nessa remodelação, a história ganhou um novo caráter. “É um filme de zumbi e de assalto, mas acaba sendo também um filme de personagem”, conta Zack Snyder.
“Sempre fiz filmes de ação, mas nunca pude usar tanto o meu repertório como ator”, pontua Dave Bautista sobre as nuances dramáticas do longa. “Army of the dead trouxe a oportunidade de mostrar vários lados do mesmo personagem. Foi isso que me interessou desde o princípio, desde a primeira vez que li o roteiro”, lembra o ex-lutador, que chegou a recusar a participação em Esquadrão Suicida 2 para protagonizar o original Netflix.
Apesar de tudo, Army of the dead é um filme de ação e tem a ideia ousada de repensar os zumbis. Foram criadas duas raças do monstro. Uma mais forte, rápida e inteligente, que supera muito as habilidades dos seres humanos, liderada pelo personagem Zeus (Richard Cetrone), e outra mais convencional, comum no cinema. “Zumbi é um monstro, mas também somos nós, só que sem a humanidade”, explica Zack Snyder, que pretende criar um universo a partir da história inicial do filme. O longa Army of thiefs, um prelúdio focado em Dieter, já está confirmado como parte dessa nova série proposta pelo diretor
O gênio por trás das câmeras
Controverso e polêmico, Zack Snyder é inegavelmente um dos maiores nomes do cinema popular dos últimos anos. Responsável pelo retorno dos heróis da DC nos cinemas, com Homem de aço, o primeiro da nova franquia do Super-Homem, o diretor é especialista em filmes de ação, com boas sequências de lutas e adrenalina. Ele também consegue contextualizar personagens de forma muito eficiente e esteve em evidência após uma campanha na internet para soltar uma reedição do longa da Liga da Justiça com um corte próprio, apelidado de Snyder Cut.
Quando mencionado na coletiva, o adjetivo unânime usado pelos atores de Army of the dead foi “gênio”. “Recebi uma aula, uma educação em direção com Zack. Eu, com certeza vou usar os ensinamentos dele quando decidir dirigir meu próprio filme”, afirma Dave Bautista sobre o tempo com o líder no set. “Zack é um gênio, porque ele conseguiu tirar o melhor de cada um de nós”, acrescenta Huma Qureshi, atriz que interpreta Geeta no longa.
Com a equipe reduzida, o diretor teve muito mais contato com os atores e operou as câmeras em diversas cenas. O elenco brincou que, durante as gravações, estava muito calor, mas que ficavam aliviados porque, pelo menos, não estavam passando aquele calor carregando uma câmera. E era este clima descontraído que Snyder optou para o set. “Zack deu a chance de todos nós brincarmos”, avalia Garret Dillahunt.
*Estagiário sob a supervisão de Sibele Negromonte