Produção tenta unir ação e comédia, mas Whiskey Cavalier ainda desliza em clichês
Quando Lauren Cohan deixou The walking dead para se aventurar em outra produção, parte dos fãs esperava que a atriz se mantivesse no gênero de suspense, que a levou ao estrelato. Entretanto, a atriz é uma das protagonistas da série de ação investigativa Whiskey Cavalier, estreia nesta segunda-feira (11/3), às 21h30, na Warner Channel.
Criada por Dave Hemingson, a série transita por um mundo já exaustivamente explorado pela televisão e pelo cinema: o cotidiano dos espiões. No protagonismo está o romântico Will (Scott Foley), que também responde pelo codinome Whiskey Cavalier (ou “companheiro de bebida”, em tradução livre). O agente do FBI é um espião que sofre para manter a carreira em frente após ter sido dispensado pela ex-noiva.
Em uma missão para recuperar o suposto traidor Edgar Standish (Tyler James Williams) na Rússia, Will acaba encontrando Frankie (Lauren Cohen), que também quer Edgar. Enquanto a mulher representa a forma mais violenta e obcecada da CIA, Will prefere a abordagem mais planejada e equilibrada do FBI para recuperar o traidor.
Naturalmente, grande parte do enredo se baseia nos opostos de personalidade entre os dois (e das agências que representam), o que logo parte para um interesse amoroso. Mesmo com características tão distintas, Will e Frankie se completam para defender a nação norte-americana.
Crítica de Whiskey Cavalier
É importante citar como ponto positivo dois aspectos da produção. A primeira é o mergulho que as cenas dão nos cenários da história. Fica claro o quanto a série não teve de preguiça em viajar grande parte do mundo em busca das melhores fotografias para contar as aventuras da dupla. Grande parte dos elementos que provocam a imersão dos telespectadores na série faz parte deste trabalho. Em consonância vale citar também a atuação, tanto de Foley, quanto de Lauren, que exprimem o melhor que podem para apresentar um casal já visto, mas que ainda chama atenção do público.
Entretanto, é quase impossível levar a produção realmente a sério. As crateras no roteiro são algo que desafiam a inteligência do telespectador de uma maneira bem negativa. Em determinado momento é apresentado uma cena de extração dentária (de um molar) feita em menos de 20 segundos, sem uma gota de sangue. Isso sem falar que alguns minutos antes o público tem que “engolir a cirurgia” de Frankie — feita por Will — uma faca de legumes em cima de uma mesa de jantar para tirar um pedaço da blusa de dentro do tórax após ela ter levado um tiro.
Perdido entre explosões vãs, brigas sem grandes emoções, piadinhas sobre a heterossexualidade do protagonista em detrimento de sua sensibilidade e uma trilha sonora de filme de terror, Whiskey Cavalier se torna mais uma opção de entretenimento do sábado a tarde, do que uma atração de horário nobre.