Por Adriana Izel e Pedro Ibarra*
Na reta final de WandaVision, a série dedicou um episódio só a protagonista vivida por Elizabeth Olsen e um pouco do passado de Agatha (Kathryn Hahn), como bruxa em Salém. Em No episódio anterior, Agatha leva a Feiticeira Escalarte em um passeio pelo passado com o objetivo de descobrir como ela conseguiu construir a realidade que é mantida em WestView. Já que a única dica dada por Wanda é de que ela sentiu muita solidão e, depois, se percebeu no Hex.
É a partir daí que a produção responde perguntas e traz novos pontos de reflexão sobre a personagem. A primeira passagem vai para a infância de Wanda em Sokovia, quando o espectador descobre a paixão da personagem por sitcoms e vê o primeiro lampejo dos poderes da Feiticeira, ainda na infância jogando um feitiço contra a bomba que explodiria na casa da família. Esse aspecto é extremamente relevante para o universo Marvel, inclusive, porque até então pensava-se que Wanda havia adquirido os poderes por causa da Joia da Mente.
Depois, a série passa pelo contato de Wanda com a Joia da Mente; o momento de luto após a morte do irmão Pietro (Aaron Johnson) quando Wanda e Visão (Paul Bettany) tem um diálogo belíssimo e que serve para ressaltar que, mais do que uma trama de herói, WandaVision é uma história sobre a dor de perder alguém (num ponto diferenciado em relação às tramas do MCU); até chegar ao dia em que a Feiticeira vai até a sede da S.W.O.R.D. reivindicar o corpo de Visão.
Essa cena, inclusive, mostra que as imagens que o seriado havia apresentado até então passavam uma percepção completamente diferente. Wanda não criou Visão no Hex a partir dos resquícios do corpo. Foi completamente do zero.
O episódio ainda revela as intenções do diretor Tyler Hayward (Josh Stamberg) de religar Visão pelo Projeto Catarata, mostrando que ele até instigou Wanda a fazê-lo por ele. Por isso, desde o início, o personagem tinha interesse no que acontecia na realidade montada pela vingadora. Na cena pós-créditos, uma segundo Visão, esse branco, aparece “ganhando” vida.
Num capítulo todo dedicado a Wanda, a série deixou muitas pontas para serem amarradas no episódio final, que será exibido na sexta-feira (5/3). Enquanto isso, confira algumas teorias e pontos importantes para o encerramento.
Magia do Caos e Feiticeira Escarlate
Termo difundido amplamente nos quadrinhos, a magia do caos foi apresentada pela primeira vez no Universo Cinematográfico Marvel no último episódio lançado. A magia está relacionada diretamente com a habilidade de criar e alterar a realidades além de transformar, ressuscitar, e criar seres vivos.
Na série de HQs Scarlet Witch, lançada nos Estados Unidos em 2015 e com pré-venda aberta no Brasil agora em 2021, é apresentado que a magia do caos e o sentimento de ser a Feiticeira Escarlate são inerentes a Wanda Maximoff. Ela nunca racionalizou os próprios poderes, nem perguntou a origem deles. Contudo, Agatha Harckness apresenta que o posto de Feiticeira Escarlate é hereditário e que viria da verdadeira mão de Wanda, Natalya Maximoff.
Esta história em quadrinhos levanta uma forte teoria que mudaria muito o universo Marvel que vinha sendo visto nos cinemas. Caso na série a magia do caos seja hereditária, abriria a possibilidade de Pietro e Wanda serem adotados pelos pais apresentados, Iryna e Olek Maximoff. O que abre caminho para que ambos sejam filhos de Natalya Maximoff e Erik Leshner, o Magneto.
Essa teoria traz a possibilidade de Wanda e Pietro serem de um outro universo e da visão que ela teve da Joia da Mente apresentada no episódio ser a da mãe verdadeira de Wanda. Também seria uma porta de entrada para os X-Men no MCU, encabeçados pelo vilão com poderes magnéticos.
Nas obras literárias da Marvel, a magia do caos teve duas origens, uma como um poder lendário que pertencia ao demônio Chthon e outra proveniente de um experimentação de um cientista louco chamado Alto Evolucionário. A primeira abre espaço para a teoria do poder hereditário, enquanto a segunda apresenta a Wanda como um ser de criação espontânea, uma criação direta da magia do caos, e impede que Magneto seja o pai da personagem.
Agatha Harkness como a grande (e única) vilã de WandaVision?
Faltando um episódio para o fim da série torna-se muito difícil apresentar um novo vilão para a história. Mesmo que o episódio tenha 50 minutos como apontam alguns rumores, Mephisto parece fora de questão. Toda história deve rondar em torno de Wanda, Agatha, os gêmeos Tommy e Billy e os agora os dois Visões. Portanto, dentro do Hex, Agatha teria sido sempre a única ameaça.
O interesse de Agatha ainda é incerto. É provável que a ideia dela seja absorver os poderes de Wanda e se tornar a detentora da magia do caos, assim como fez com as companheiras bruxas em Salém no ano de 1693. Contudo, seria Agatha capaz de absorver um poder tão grande? Talvez ela tenha alguma intenção de virar Wanda para o lado da dimensão sombria, já apresentada em Doutor Estranho pelo vilão Kaecilius (Mads Mikkelsen), em vez de só se apoderar do poder ancião.
Agatha Harkness é uma personagem muito importante nos quadrinhos, responsável pela mentoria de Wanda. Ela ensina à Feiticeira a controlar os poderes e entender melhor como usar a magia do caos. Mesmo que seja a vilã de WandaVision, ela pode ser reutilizada no futuro e eventualmente ser importante coadjuvante em filmes de magia, como Doutor Estranho e o multiverso da loucura, segundo longa do mago supremo da Marvel. Portanto não é de se jogar fora que ela vire de lado para enfrentar uma ameaça maior.
O Visão branco
A ameaça maior poderia vir de fora do Hex. O Visão branco controlado pelo diretor da S.W.O.R.D. seria um vilão poderoso que voltaria os olhos de todos os personagens e o embate entre os dois Visões seria inevitável. No entanto, poderia ser uma divisão de núcleos. Enquanto Wanda cuida de Agatha e dos filhos, Visão original e Visão branco entram em confronto.
Nos quadrinhos, o Visão branco já apareceu em duas oportunidades. Na primeira, num arco da HQ Vingadores da Costa Oeste escrita por John Byrne em 1989, quando Visão é desmontado e remontado por ter informações importantes que precisavam ser apagadas, mas ele acaba se voltando contra os Vingadores e precisa ser remontado novamente por Hank Pym, no cinema interpretado por Michael Douglas. Mas quando volta esquece todo passado que tinha com Wanda. Essa passagem é uma excelente opção para reviver o Visão sem a utilização do poder de uma Joia do Infinito e retomá-lo nas aventuras do MCU, seja Hank Pym, ou qualquer outro personagem super-inteligente o “consertando”.
Outra opção vem das histórias solo do Visão, lançadas em 1993, em que se apresenta o Anti-Visão, um ser igual o herói, porém branco, vindo de outro universo que tem a intenção de roubar o corpo do sintezóide. Essa segunda saída também faz muito sentido, pois são dois Visões de universos diferentes entrando em embate na série também. O fato poderia ser uma ignição para juntar as partes do robô, de domínio da S.W.O.R.D., e o restante dele vindo da relação de Wanda com a joia. Podendo juntar consciência remanescente de Visão a um corpo que ele já tinha.
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