A Netflix está sabendo lucrar com a nossa nostalgia. E isso é ótimo! O serviço de streaming já ressuscitou duas séries amadas por um mar de fãs, que estavam morrendo de saudades dos seus personagens favoritos (vamos deixar de fora a nova temporada de Arrested development, porque essa não conta). Mas e aí, os “revivals” estão agradando?
Nos últimos dois anos, a Netflix presenteou os assinantes com duas temporadas de Fuller house, e uma esperadíssima continuação de Gilmore girls. Os fãs se dividiram entre os que amaram as novidades do catálogo, e os que não curtiram tanto assim. Nós do Próximo Capítulo vimos as novas temporadas e ainda revimos todos os episódios das atrações originais para fazer uma avaliação justa e dar um veredicto final: os “revivals” estão agradando?
Fuller house
Por oito anos vimos o elenco de Três é demais (Full house), Danny, Jesse e Joey, cuidando de três meninas espirituosas e dois gêmeos geniosos. Imagine a diversão de ver, 20 anos depois, essas mesmas meninas reconstruírem os passos dos homens que as criaram? D.J., Stephanie e Kimmy Gibbler voltam para a mesma casa em que as Tanners cresceram, para criar a nova geração.
A atração tem muito carinho com os antigos fãs. A série é repleta de referências ao seriado original. Bordões, cenários, situações, as lições que os adultos passavam para as crianças… e a família Tanner continua apaixonada por abraços. Com o mesmo tipo de humor, os mesmos atores (até Bob Saget e John Stamos fazem algumas participações especiais), é muito difícil não ceder ao saudosismo e se divertir com uma das famílias mais famosas de São Francisco.
Bom, tendo dito isso, é preciso lembrar dos pontos fracos da atração: Cadê as irmãs Olsen? Poxa, meninas, é tão difícil assim arranjar um tempinho na agenda lotadíssima e importantíssima de vocês para gravar 12 episódios por ano? Porque a falta de Michelle faz toda a diferença. A baixinha fofa, que arrancou tantos sorrisos na década de 1990, faz muita falta nos nossos corações.
E embora o sentimento de nostalgia ajude os fãs a receberem tão bem o programa, ele também tem um lado negativo. Os roteiristas forçam os famosos bordões de forma artificial, e o que tinha um enorme potencial humorístico, quebra o ritmo das cenas. Ou sou só eu que faço careta quando Stephanie Tanner interrompe a cena com um “Que rude!” e todos os atores parecem congelar por alguns segundos, esperando as risadas? Não, não, não. Não era assim na série original. Os roteiristas precisam fazer umas maratonas aí, hein?
Ouso afirmar que Gilmore girls: Um ano para recordar foi o lançamento mais esperado da Netflix no ano passado. Uma verdadeira legião de fãs passou 19 anos se questionando qual seria o final que Amy-Sherman Palladino daria para a história. Para você, que não está entendendo nada, eu explico: a criadora da série, a Amy, não pôde escrever a sétima e última temporada da série original de Gilmore girls. A frustração foi generalizada. A CW terminou a série com um daqueles finais abertos que deixou todo mundo decepcionado. Rory foi embora cobrir a campanha de Obama e ninguém sabia dizer se ela e Logan tinham terminado de vez ou não. Lorelai reatou com Luke. Mais ou menos. Nada definitivo. Um final que ficou devendo muito aos 153 episódios anteriores, que emocionaram uma geração inteira de espectadores.
A gente precisava, merecia, queria, torcia, sonhava com uma nova temporada. Ela veio, mas no formato de uma minissérie, com quatro longos episódios de 1h30. Amy finalmente deu o final que queria para os personagens que criou e o público reclamou de muita coisa, mas no fundo, amou tudo.
Foi decepcionante ver o que aconteceu com o futuro de Rory, e como Lorelai continuava aquela bagunça ambulante. Mas isso tudo fez sentido, na trajetória de vida que acompanhamos por tanto tempo. E vamos falar sério: que respeito com os fãs! Se Fuller House soube trabalhar com a nostalgia, Gilmore girls: Um ano para recordar deu uma verdadeira aula. Em alguns momentos o programa literalmente colocou cenas do original na tela. Rory e Paris se trancam no banheiro de Chilton e brincam sobre como estão revivendo o passado. Rory anda pela casa dos avós ouvindo as antigas discussões que a família Gilmore tinha durante os jantares de sexta a noite. Lorelai continua na mesma casa, com o mesmo hotel, o mesmo cachorro. O charme de Star Hollows está mais vivo do que nunca. Kurt continua sendo o bom e velho Kurt. Luke ainda é ranzinza como antes (e como nós adoramos isso). As piadas são atuais – Uber, wifis, startups – mas os personagens são os mesmos, e o ritmo da série continua encantando. O final de Emily, que honra todo o percurso de vida da garota mais Gilmore de todas.
Então, por favor, Netflix, continue nos presenteando com essas joias, porque apesar de todos os pesares nós estamos amando tudo isso!
E pra terminar, o final que Lorelai e Luke mereciam.
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