Um dos super-heróis mais conhecidos do mundo completou 80 anos em maio de 2019. É o Batman, a persona assumida pelo milionário Bruce Wayne para combater o crime em Gotham City. Ao longo desse período, a história clássica do personagem foi retratada inúmeras vezes no cinema, tendo nomes famosos de Hollywood como intérpretes: Adam West, Michael Keaton, Val Kilmer, George Clooney, Christian Bale e Ben Affleck.
Em 2014, um brasileiro colocou no mercado independente uma narrativa completamente distinta para o Homem-Morcego, com o lançamento do fan film Um conto de Batman: Na psicose do Ventríloquo. Elvis delBagno quis criar uma produção que tivesse o super-herói como protagonista, mas de um jeito que o público nunca tivesse visto. Na obra, Batman, que é vivido pelo ator Lorenzo Martin, investiga uma fábrica suspeita de alterar medicamentos enviados ao asilo Arkham. Com conselhos do mordomo Alfred (Amaral Andrade) e com o desenrolar da investigação, ele descobre que a operação tem o Ventríloquo (Caetano Martins) e seu boneco Scarface (Anderson Haag) como mandantes e ele decide os enfrentar.
Apesar de a sinopse parecer algo clássico de um filme de super-herói, Um conto de Batman: Na psicose do Ventríloquo não é. A produção tem uma pegada noir e um ritmo bem mais lento do que as obras de heróis blockbusters. Características que Elvis trouxe tanto para diferenciar o produto, como por conta das limitações orçamentárias. “O filme levou quatro anos para ser gravado (Elvis começou quando estava na faculdade de cinema). Como eu tinha certas limitações no orçamento, foquei numa história mais clássica, mais sobre os personagens, do que realmente um filme de ação. Há características do cinema clássico, com múltiplos enredos de personagens. É uma produção completamente independente”, revela.
A escolha por não usar o vilão mais conhecido de Batman, o Coringa, tem motivo. “Tenho muita referência de Alfred Hitchcock. Psicose sempre me agradou e intrigou. Eu até pensei no Coringa, mas, na época, como ia sair o filme com o Heath Ledger (que viveu o vilão em O cavaleiro das trevas) seria muito difícil alcançar um vilão assim. Pensei num vilão secundário, que ninguém tivesse feito e que tivesse muitas possibilidades de histórias”, explica.
Desde a divulgação o filme teve reconhecimentos em festivais independentes. Mas, apenas cinco anos depois do lançamento, Elvis delBagno pôde alçar voos mais altos com a produção. Ele inscreveu o filme no catálogo da Amazon Prime Vídeo. “Eles abrem um canal para os produtores colocarem seus filmes lá. Fiz o cadastro e meu filme foi aceito. Esse é um catálogo para assinantes. Primeiramente, está disponível no serviço americano e ingleses, mas creio que em breve deva estar no Brasil”, acrescenta o diretor.
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