Condutoras das tramas Brisa, de Travessia, e Maíra, de Todas as flores, escancaram as diferenças entre as tramas da Globo e do Globoplay
Numa estratégia no mínimo ousada, a Globo estreou duas “novelas das 21h” em um intervalo de 10 dias. Travessia, de Gloria Perez, entrou em cartaz no horário nobre da Globo, empurrada para cerca das 23h pelo horário político. Logo depois, veio Todas as flores, de João Emanuel Carneiro, no Globoplay, braço da Globo no streaming. Impossível não comparar as duas produções, ainda mais porque o plano inicial era que Todas as flores fosse apresentada antes de Travessia, na TV aberta.
Na internet, muito se fala que a emissora errou na escolha e deveria ter levado Travessia para o streaming, deixando Todas as flores para a TV aberta. Difícil dizer como seria, mas Travessia é mais palatável, mais simples, tem mais a cara da TV aberta mesmo. Já Todas as flores, por vir mais enxuta, tem menos personagens e um ritmo mais rápido, além de diálogos e cenas mais ousadas. Ideal para quem pode assistir aos episódios de acordo com a própria agenda.
Gloria e João Emanuel, pelo menos até o momento, têm as novelas conduzidas pelas mocinhas Brisa (Lucy Alves) e Maíra (Sophie Charlotte), respectivamente. E é nelas que está a principal diferença entre as novelas. As duas são as mocinhas clássicas, que sofrem no início da novela para sorrir no final. Mas as semelhanças param por aí.
Maíra é mais forte, mais solar, apesar de todo o sofrimento e da decepção de se sentir enganada por Rafael (Humberto Carrão). Brisa é como Travessia, mais arrastada, mais chorosa. É mais difícil até de torcer por ela e Ari (Chay Suede).
É nessa toada também a comparação entre as duas novelas. Ainda aposto minhas fichas numa virada em Travessia, ancorada na volta para as 21h e na experiência da autora. O problema não está nas plataformas. Ali está cada coisa em seu lugar.