Trace trends abre importante espaço fixo na tevê aberta para falar de cultura negra

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A atração estreou na última terça-feira, Dia da Consciência Negra. Trace trends será exibido às terças, às 23h30, na RedeTV!

Todo novembro se fala muito em Consciência Negra. O problema é que esse debate sobre representatividade e negritude acaba ficando restrito a esse período. Uma pena! Até por isso, a estreia do Trace trends na última terça-feira (20/11) na RedeTV! é de grande importância. A partir de agora, a tevê aberta brasileira terá um horário fixo semanalmente para mostrar a cultura afrobrasileira em destaque — até então tínhamos isso em formato ficcional quando a série Mister Brau ainda estava no ar na Globo.

O projeto nasceu na França com o objetivo de dar visibilidade e voz aos negros. Depois de se firmar na país natal e em locais como Caribe e África, o programa chega ao Brasil com uma primeira temporada confirmada com 24 episódios que serão exibidos sempre às terças, às 23h30, na RedeTV!, sob apresentação da digital influencer Magá Moura.

O episódio de estreia mostra que o Trace trends, ou TT como apelidou a apresentadora, terá um papel de retratar histórias de sucesso de negros brasileiros. O primeiro episódio tem entrevistas com integrantes do Batekoo, projeto musical nascido na Bahia que valoriza a música negra periférica e LGBT; com o estilista Isaac Silva, que veste nomes como Elza Soares; com a advogada Eliane Dias, que também é empresária do grupo Racionais MCs; e com o rapper mineiro Djonga.

Crédito: Trace trends/Reprodução

Em meio à exibição das entrevistas, Magá Moura apresenta o Top 15 Brazuca, uma lista que reúne os sucessos urbanos da música das redes sociais, uma seleção de vídeos de boa repercussão na internet, feitos, em sua maioria, de forma não profissional, mas que levam os protagonistas ao estrelato no universo da web. Entre os assuntos da estreia estão a ascensão do brega-funk e competições de “rebolation” pelo mundo.

O Trace trends é um programa simples, com uma única apresentadora e um cenário todo de computação gráfica. Mas nada disso atrapalha, porque o grande mérito da atração é contar e retratar histórias. Isso o TT faz muito bem, colocando black powers, tranças coloridas e corpos negros no protagonismo, como merecem.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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