A comédia The middle se tornou um dos maiores sucessos dos últimos anos, mesmo assim muito pouco ouve-se sobre ela. Confira uma análise da produção que terá sua oitava temporada exibida pela Warner Channel a partir de sábado (15/7), às 13h20
Há nove anos chegava ao ar o mais novo – provável – cancelamento da temporada. Com poucos recursos, The middle (criada por Eileen Heisler e Heline DeAnn) apresentava um enredo tão batido, mas tão batido, que qualquer coisa nova já seria um tremendo lucro. E não que o lucro foi alto? Com o, não tão pesado, mas relevante, nome de Patricia Heaton (Everybody loves Raymond), o público mergulhou na singular, mas, ao mesmo tempo, universal, casa dos Heck.
Aquela típica família norte-americana, moradora do centro do país, podia até não ter grandes expectativas de sucesso, mas conseguiu uma representação que importa: a da maioria das famílias que ainda assistem televisão nos parâmetros clássicos dos Estados Unidos. Pelo menos é essa a afirmação que alguns usam para explicar a longevidade da série: que os Hecks, em síntese, são o grande público deles mesmos.
Antes até mesmo de contar uma pouco sobre a história da série é importante ter esse argumento em mente – porque é um motivo que eu simplesmente não aceito.
A história de The middle
Se você ler qualquer sinopse, provavelmente cairá na onipresente frase “a história de uma típica família, que vive os altos e baixos da criação dos três filhos”. Ok, eu não vou te enganar. Essencialmente, é isso mesmo. Mas se a gente colocar só um pouco de vontade: dá pra ver muito mais.
A começar pelos personagens. Mesmo sob os clássicos estereótipos, cada um tem sua personalidade desenvolvida significativamente ao longo dos anos. Mike (Neil Flynn) é o pai, aquela figura que mete medo, um típico norte-americano, mas que ao longo das temporadas tenta construir uma relação mais harmônica, tanto com os filhos, quanto com a mulher. Esta, por sua vez, representada por Frankie (Patricia Heaton), uma mãe preguiçosa, que só quer ver seu programa de tevê favorito em paz, e, no fundo, sente a culpa de uma mãe que busca o melhor para os filhos. Axl (Charlie McDermott), o primogênito, é o garoto popular e burro, que com o tempo tem de lidar com um mundo adulto que não vai lhe aceitar só pelo cabelo maravilhoso. Sue (Eder Sher), a do meio, é a garota sonhadora e bobona, que com os anos amadurece para uma mulher mais madura e responsável. Por fim temos, Brick (Atticus Shaffer), a pérola da série – sempre com as melhores piadas –, o garotinho estranho e distante cresce para ser um adolescente… normal.
O julgamento
A impressão que temos ao ver The middle é a de acompanhar uma família comum – até parecida com a nossa –, que tem graves e infinitos problemas financeiros, que gritam, se odeiam, querem se distanciar, querem se matar. Mas, no fim do dia, não saberiam viver sem o outro. Eles simplesmente não conseguem ter uma vida melhor, ter mais dinheiro, mais sucesso. Mas todos nós não somos assim?
Outro ponto que The Middle consegue estabelecer em sua trajetória é a renovação. A série se prepara para estrear sua nona temporada no final do ano nos Estados Unidos e muitos poucos enredos foram repetidos. Isso é uma coisa muito rara na televisão ultimamente, e o fato da série, pelo menos evitar, já conta muito.
De acordo com o portal Showbuzzdaily, The middle conseguiu uma média de audiência de 1,5 milhão de telespectadores na demo (público-alvo) no fim da oitava temporada. Não é um excelente número, mas provavelmente consegue cobrir os custos de produção.
Naturalmente, a série não é perfeita (de forma alguma), mas é um exemplo de consistência. Uma coisa que sinceramente me agrada. A clássica dica? Olha, fazer maratona de oito temporadas não é fácil, eu sei, mas se você quiser ver um episódio a cada fim de semana, como um momento para descarregar as energias, não perderá seu tempo.
Que tal dá uma conferida no que se trata?