A série da HBO Max encerra uma 1ª temporada muito fiel ao game e aumentam ainda mais a base de fãs do fenômeno que é The last of us
Quando foi anunciada a produção de The last of us como uma série, a primeira reação foi o medo de estragar algo que já era muito bom. O jogo, lançado há 10 anos pela Naughty Dog exclusivamente para Playstation, era muito amado por uma legião. Algo muito além de um game pós-apocalipse, uma história densa, que ia do drama ao terror de forma magistral — um dos melhores jogos da década, com uma sequência que, para muitos, é uma das melhores da história.
É um alívio poder escrever que o trabalho da HBO foi benfeito: The last of us é, provavelmente, a melhor adaptação de um jogo de videogame para televisão ou cinema. Por ter a história conhecida, não teve o efeito de surpresa para quem conhecia o game, mas trouxe a alegria que uma narrativa tão amada há tanto tempo chega a um público diferente com um trabalho que faz jus — e melhora em alguns pontos — ao enredo que conquistou os gamers há 10 anos.
Pedro Pascal e Bella Ramsey entregam um Joel e uma Ellie que, por vezes, inspiram mais empatia que os próprios personagens do jogo. As escolhas do resto do elenco, com grandes atores, como Nick Offerman e Murray Bartlett, interpretando Bill e Frank, e as homenagens à obra original, convidando os dubladores Troy Baker, Ashley Johnson e Merle Dandrigde para viverem personagens, inclusive a terceira interpretando a mesma figura que fez no jogo, são o toque a mais para algo que já é especial.
No que a série decidiu manter, foi fiel; no que mudou, foi precisa. Poder ver com a mesma antecipação cenas como as girafas do último episódio deixa qualquer fã do jogo feliz, assim como o recém-apresentado romance entre Bill e Frank rendeu um dos mais emocionantes episódios lançados recentemente na tevê e no streaming.
The last of us mostrou que é possível, sim, fazer uma boa adaptação de um jogo. Basta empenho e dar a narrativa nas mãos das pessoas certas. Por isso, ninguém melhor que Neil Druckman, criador do game, e Craig Mazin, responsável por sucessos como Chernobyl. Os dois entregaram mais do que o esperado, mas exatamente o grau de qualidade que a história merecia. Agora, o que fica é a ansiedade pela segunda temporada.