A produção do canal NBC, The brave foi uma das estreias da última fall season. Confira nossa crítica!
Assim como as tábuas da canoa, a tevê norte-americana recorrentemente nos ensina com quantas séries militares se fazem uma programação e acredite são muitas. Nesta fall season não poderia ser diferente. Após a CBS investir em David Boreanz para estrelar SEAL Team, que conta a história de um grupo de marinheiros, chegou a hora da NBC apresentar a sua: The brave.
O enredo é assinado por Dean Georgaris e conta com o protagonismo de Mike Vogel (bem menos famoso que Boreanz) e Anne Heche. A história é bem simples: mostra o trabalho de um grupo militar Delta em território estrangeiro e a sua respectiva “cabeça” – a Inteligência de Defesa norte-americana. O enredo se baseia no quanto o sucesso militar dos Estados Unidos pode ser explicado pelo trabalho em equipe do comando dos agentes, e da força – bem guiada – dos soldados em campo. A série já está em seu 9º episódio nas terras do Tio Sam.
O piloto mostrou o capitão Adam Dalton (Vogel) em uma missão de resgate de uma médica norte-americana, que foi sequestrada na Síria por um grupo terrorista. As reviravoltas do episódio se dão a partir do momento em que o público toma conhecimento de que a médica, na verdade, foi sequestrada para tratar o líder terrorista do grupo. E sem surpresas, quase como verdadeiros ninjas das armas, a equipe de Dalton consegue não só resgatar a médica, como matar o grande terrorista.
The brave, é boa ou ruim?
O veredito sobre The brave é de que se trata de mais uma “série militar” em um oceano de várias outras. E não é uma simples aversão minha ao gênero (afinal, Homeland, Band of brothes, Generation kill e várias outras já mostraram como esse tipo de produção pode atingir uma excelência), mas é impossível ver The brave sem revirar os olhos àquele clássico patriotismo exacerbado norte-americano (os soldados são heróis que quase cruzam os céus tamanha perfeição, todos fazem sacrifícios inimagináveis pela “vitória” do país, os yankees são responsáveis pela “harmonia” do mundo e por ai vai).
Tecnicamente, a série também não obtêm muito sucesso. A trilha sonora ao som de Imagine Dragons ao mostrar um casal feliz chega a ser doído (nada contra a banda, mas simplesmente não existe ligação lógica), as explosões e cenas de lutas não impressionam e as grandes mágicas da computação de defesa dos Estados Unidos (capazes de fazer reconhecimento fácil por uma foto simples, mapear territórios continentais com drones filmando em alta qualidade e encontrar fugitivos “pela sua rota de emissão de sinais por celular”) tiram toda a credibilidade da série.
De certa forma, a fotografia consegue seguir calibrada permitindo o mínimo de verossimilhança que a produção exige, mas, em contrapartida, outros importantes elementos não funcionam muito bem, algo que é preocupante, afinal, pelo menos a demanda técnica a sua grande concorrente, SEAL Team, conseguiu demarcar.