É difícil pensar que The Big Bang Theory chegou ao fim. A produção ficou 12 anos no ar e se tornou uma verdadeira referência de sitcom. Num momento em que existe a — teórica — sombra de ameaça do streaming, The Big Bang Theory mostrou que a noção de sucesso é mais relativa do que muitos imaginam, já que mesmo em 2019, conseguiu bater o recorde de sitcom ficcional mais longa da TV norte-americana.
Naturalmente, seria um erro afirmar que a produção sempre esteve na crista da onda, pelo contrário. Uma grande fatia da série, entre as 6ª e 9ª temporada, a produção amargurou um nível de qualidade bem inferior ao que os fãs estavam acostumados nos primeiros anos. A última temporada (com exceção dos dois derradeiros episódios, exibidos em conjunto) foi um grande desafio aos fãs. A narrativa lenta — especialmente para uma última fase —, as piadas levianas e um objetivo simples deixaram os mais de 20 episódios bem cansativos.
Entretanto, o final compensou. Chuck Lorre e Bill Prady, os criadores da série, escolheram um tom novelesco e reflexivo para situar o fim dessa produção histórica. Os telespectadores lacrimejaram com a proposta de The Big Bang Theory encerrar o enredo falando de temas como amizade, mudança e futuro.
Cuidado, o conteúdo abaixo contém spoilers!
A principal base da última temporada de The Big Bang Theory foi o prêmio Nobel de Sheldon (Jim Parson) — e de Amy (Mayim Bialik), o que é sempre bom lembrar. O sonho de infância do personagem “peculiar” iria finalmente se tornar verdade, mas não sem antes enfrentar muitos desafios.
O principal deles foram os plagiadores do trabalho de Sheldon e Amy, que em poucos episódios foram superados pelos roteiristas. Por fim, a parte mais legal — e curta — ficou com Sheldon tendo de encarar a si próprio para conquistar plenamente o maior reconhecimento da carreira.
Sem surpresas, o físico passou a magoar todos ao seu redor no caminho do sucesso. Não é um enredo novo, pelo contrário. Em diversos momentos o público acompanhou, com o coração apertado, a falta de habilidade social do protagonista magoando os amigos.
A linha narrativa já usada, contudo, não foi saturada, e se tornou o grande trunfo desta conclusão. Mais do que exaltar as próprias glórias, Sheldon aproveitou os 15 minutos de fama para agradecer a amizade de Leonard (Johnny Galecki); Penny (Kaley Cuoco); Howard (Simon Helber); Raj (Kunal Nayyar), Bernadette (Melissa Rauch) e é claro, da esposa Amy.
O momento, e o discurso foi realmente emocionante. Para os fãs foi a chance de ver a última redenção de Sheldon, e para o enredo, foi uma forma de unir os seis personagens que marcaram a história da tevê.
Mesmo com a forte impressão, é óbvio que nem tudo poderia girar ao redor de Sheldon, não é mesmo? Outros personagens também tiveram as tão esperadas conclusões. A começar pelo fim do romance de Raj. Impedido por Howard de entrar em um casamento “arranjado” pela pressão social, o indiano escolheu ficar com os amigos, mesmo sem o tão esperado amor.
Bem mais sem graça ficou o roteiro de Howard e Bernadette. O casal ficou apenas no elenco secundário, com a angústia de ter de fazer a primeira viagem sem os filhos.
A conclusão mais confusa parece ter sido a de Penny e Leonard. Após vários episódios de discussões e um eterno vai e vem (que parecia já ter sido superado) em torno da gravidez da personagem, o enredo voltou ao tema. Desta vez, contudo, para consolidar a gestação.
E por fim, talvez a maior novidade — esperada desde a primeira temporada: o funcionamento do elevador. Pode até parecer um detalhe pequeno, mas a normalização do objeto (que, para quem não lembra, foi quebrado por Leonard, Howard e Raj após um experimento mal-sucedido) serviu para levar o público a uma boa sensação de nostalgia e saudade. E foram exatamente esses os sentimentos que pautaram os últimos segundos de The Big Bang Theory: todos os amigos sentados no famoso sofá ao som instrumental de The history of everything (o tema de abertura).
Apesar dos baixos, a trajetória de The Big Bang Theory foi satisfatória. Talvez mais um ano — negado pelo ator Jim Parson — tivesse realmente sido um erro. A produção pautou a ciência como o tema principal ao longo de 12 anos. De fundamental importância, a academia foi algo além da comédia e cumpriu bem o valor social da série. O final também foi satisfatório. Não foi nada de original, ou ousado, mas cumpriu o papel que tinha.
The Big Bang Theory teve um spin-off, a produção Young Sheldon, que se propõe a contar a infância do protagonista da comédia. Na conclusão da segunda temporada, Young Sheldon ajudou a concluir The Big Bang Theory.
Isso porque o último episódio da temporada conta a triste experiência de Sheldon ao perceber pela primeira vez o quanto era diferente dos outros coleguinhas da mesma idade. O garoto chamou os amigos para acompanhar a entrega do prêmio Nobel, mas ninguém apareceu.
Entre lágrimas, Sheldon escuta pelo rádio os vencedores da edição de 1989, mas não sozinho. Há milhares de quilômetros da garagem em que ele acompanha o prêmio, o jovem Leonard também está antenado na transmissão. No mesmo momento, o garotinho Raj estuda sob uma pilha de livros, ainda na Índia. Howard joga videogame acompanhado da voz da mãe. Amy escreve no diário, Bernadette se prepara para dormir, e em um quarto muito bagunçado Penny ronca em um sono profundo.
A grande mensagem era que Sheldon nunca esteve sozinho. Os amigos estavam lá, mesmo sem se conhecer ainda. Foram 279 episódios de uma boa história.
O último episódio de The Big Bang Theory vai ao ar neste domingo (2/6), às 22h pelo canal a cabo Warner Channel. Logo em seguida, a conclusão da segunda temporada de Young Sheldon também será apresentada pelo mesmo canal. Antes, a partir das 13h, a emissora exibe uma maratona da 12ª temporada de The Big Bang Theory.
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