Tati Villela e as mulheres brasileiras, múltiplas e de fé

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Tati Villela é atriz e musicista | Crédito: Fernanda Cândido

A Naira de Vai na fé celebra repercussão do primeiro trabalho na TV em uma obra histórica

Por Patrick Selvatti

A atriz Tati Villela tem trabalhos premiados no teatro, cinema e também na música, mas fez sua estreia na televisão em 2023, na novela Vai na fé. E, como Naira, ela conquistou a simpatia do público com uma personagem que, mesmo coadjuvante, representou o conceito da novela.

“Naira é mais uma personagem do proletariado que trabalha todos os dias, que mantém o sorriso no rosto e que não se deixa ser submissa. Pelo contrário, ela mostra seu valor mesmo sendo uma profissional que não é bem remunerada”, afirma a intérprete da segurança de Lui Lorenzo (José Loreto) e Wilma Campos (Renata Sorrah). “Ela reflete muito a vida de milhares de mulheres brasileiras”, pontua Tati.

A novela de Rosane Svartman fez história na teledramaturgia nacional ao trazer o primeiro casal de protagonista pretos fora de uma novela com abordagem de época. Tati destaca a importância de alimentar o povo com narrativas onde eles possam se sentir representados comenta como tem sido o reconhecimento nas ruas.

“Quando meninas pretas me veem de Naira, elas acham que eu sou um desenho, que acabou de sair da TV. E eu transito pelo centro do Rio, então essas pessoas estão ali e elas não acreditam que eu também estou ali”, conta a atriz de 36 anos, natural de Niterói.

Agora, Tati Villela retornará aos palcos com o espetáculo Amor e outras revoluções. Ela atua ao lado da atriz brasiliense Mariana Nunes, a Judite de Todas as flores. Juntas, elas — que formam um casal discreto na vida real — encenam o amor de duas mulheres pretas.

No cinema, Tati Villela integra o elenco do longa-metragem De pai para filho, com Juan Paiva e Marco Ricca no elenco e de Paulo Halm. O filme estreia nos próximos meses.

Fora do ar

Multiartista, Tati Villela também está na música. Ela é membro da Dembaia, uma banda performática que traz a sonoridade da África do Oeste com elementos do blues, jazz, funk, samba, ritmos brasileiros e afrolatinos. Está sendo produzido o primeiro EP, intitulado Yelè Sirà, que significa “Abre caminhos” na língua bambara. Nesse álbum, ela possui duas composições de autoria própria.

A niteroiense também publicou um livro de poesias. Em Pretamorfose, ela aborda temas que atravessam o cotidiano dentro da perspectiva de pessoas negras, como ancestralidade, amor e identidade. “Eu gosto de ser múltipla, exercer várias linguagens que me permitem expressar de melhor forma nessa vida e na sociedade”, finaliza Tati.

Patrick Selvatti

Sabe noveleiro de carteirinha? A paixão começou ainda na infância, quando chorou na morte de Tancredo Neves porque a cobertura comeu um capítulo de A gata comeu. Fã de Gilberto Braga, ama Quatro por quatro e assiste até as que não gosta, só para comentar.

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