Amo comédias românticas e até por isso estava ansiosa pelo lançamento de Sierra Burgess é uma loser no catálogo da Netflix. Assim que o filme entrou na plataforma fiz questão de assistir. Mas ao acabar a produção fiquei com uma sensação estranha. Durante um tempo fiquei sem entender o que eu realmente achei do longa. Eu tinha gostado ou eu tinha odiado?
Nem um, nem outro. Acho que Sierra Burgess é uma loser é uma produção com muitas derrapadas, principalmente na representação da sua protagonista, mas tem sim uma fórmula que agrada ao público desse tipo de filme. Mas antes de analisar a produção, vamos ao enredo.
De Ian Samuels, a produção retrata a história de Sierra Burgess (Shannon Purser, a nossa querida Barb de Stranger things), uma jovem fora dos padrões que acaba caindo numa maldade de Veronica (Kristine Froseth), a garota mais popular do colégio. Para se livrar de Jamey (Noah Centineo, o nosso amado Peter de Para todos os garotos que amei), um pretendente que ela não quer, Veronica dá o telefone de Sierra como se fosse o dela. O jovem então começa a trocar mensagens com Sierra achando que está falando com Veronica. Encantada com Jamey, Sierra resolve continuar a farsa. Mas para que isso dê certo, ela precisa se aliar a Veronica.
No começo do filme, Sierra Burgess é uma personagem extremamente empática. Apesar de todas as negativas ao seu redor, ela está acima disso tudo. É empoderada, tem um ótimo amigo Dan (RJ Cyler) — um personagem que poderia ter sido mais bem explorado na trama –, e está focada em seu futuro. Só que tudo muda quando Jamey aparece em sua vida. Sierra se deslumbra com uma realidade até então não imaginada. E é a partir daí que, na minha opinião, acho que o longa começa a enfraquecer Sierra.
A história da personagem embarca em um situação de catfish com Jamey, o que é o oposto de bonitinho. Dá para entender o medo que ela tem de se mostrar para o garoto. Mas isso está longe de justificar o que ela faz com ele, que, pra mim, não passa de maldade. Sem falar numa atitude muito ruim de Sierra ao final do filme — que não vou contar para evitar o spoiler, mas quem já assistiu, sabe exatamente do que estou falando.
Não que eu ache que uma pessoa seja completamente boa ou completamente má, todos nós somos um mix de tudo isso, com erros e acertos. Mas num momento em que se luta por representatividade, não basta colocar a pessoa na tela, importa também como é essa representação. E Sierra cai num estereótipo que já tinha aparecido em Insatiable (confira aqui a nossa polêmica crítica sobre a produção também da Netflix): passei por maus bocados, então posso me vingar.
Acho que Sierra Burgess é uma loser perdeu uma grande chance, porque ao colocar atitudes muito controversas em sua protagonista, a fez seguir um caminho decrescente, o que afastou alguns espectadores da personagem. O oposto do que foi feito com Veronica, uma personagem que teve uma trajetória de redenção. Começou a história como a garota que fazia bullying e se achava a dona da escola para terminar como uma boa amiga. Uma pena.
Reflexões à parte, como disse anteriormente, a comédia romântica tem uma fórmula bem padrão desse tipo de filme, com cenas fofas, declarações bonitinhas e um Jamey pra lá de “príncipe encantado”. Tá longe — mas longe mesmo — de ser um Para todos os garotos que amei, mas pode agradar quem não se incomode com — ou quem tenha compaixão suficiente para abraçar — a trajetória de Sierra.
Ao Próximo Capítulo, os responsáveis pela série falam sobre o fato de ter se tornado…
Emissora apresentou os principais nomes do remake da obra icônica de 1988 que será lançada…
Ao Próximo Capítulo, a drag queen carioca fala sobre o sentimento de representar o Brasil…
Como nascem os heróis tem previsão de estreia no primeiro semestre de 2025, na TV…
Sam Mendes, Daniel Brühl, Jessica Heynes, Armando Ianoucci e Jon Brown comentam sobre a nova…
Volta Priscila estreou na última quarta-feira (25/9) e mostra um novo ponto de vista sobre…