Mas não se deixe enganar ao ler no site do serviço que existem “vários títulos interativos originais”. Até o momento apenas dois títulos apresentam esse recurso: Gato de Botas – Preso num Conto Épico, e Buddy Thunderstruck: A Pilha do Talvez.
A ideia é boa? Com certeza. Ao longo do episódio vão aparecendo duas opções para o espectador decidir como quer que a história continue. Para os curiosos, ao final do programa é possível ver todas as cenas das opções que não foram selecionadas.
No entanto, o conceito é mal executado. As interrupções são constantes, e a influência das escolhas para o desfecho da história é pequena. A ingenuidade da aplicação poderia ser justificada pelo gênero escolhido para estrear a interatividade: animações. Mas mesmo que se presuma que o público alvo são crianças (o que seria um grande erro), é absurdo pensar que por isso, a ferramenta deveria ser simples.
A opção de interatividade nas histórias poderia explorar roteiros ricos, e entregar narrativas estimulantes. Ao contrário, o telespectador determina ações bobas que sempre dão errado e terminam com os personagens falando: péssima ideia, mas e agora, eu pulo de um penhasco ou engulo trinta tachinhas? Apenas para tudo se repetir.
Talvez seja um primeiro teste, uma forma de começar a explorar uma ferramenta com grande potencial. Vamos torcer para que sim, e acompanhar os próximos passos da gigante do entretenimento.
A “novidade” está disponível apenas para quem tem a versão mais recente do aplicativo da Netflix instalado em um aparelho iOS, videogame, aparelho de transmissão ou Smart TV. Isso mesmo: se você usa um aparelho Android, Chromecast, Apple TV ou assiste pelo próprio site do serviço de streamings, esqueça. Ao tentar ver algum desses títulos, será oferecida uma versão linear do episódio, sem possibilidade de interatividade.
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