Tema saúde mental ganha série leve e aclamada pelos especialistas estrangeiros. Leia a crítica de O urso!
Meio que de mansinho, sem o alarde que merecia, a série O urso chegou ao catálogo da Star . Aclamado pela crítica internacional, o drama com pitadas cômicas veio a mim por indicação do colega de coluna, Pedro Ibarra, e valeu a pena ter seguido a ideia dele.
O urso não é daquelas séries que te conquistam de cara. É preciso passar pelo caótico primeiro episódio em que conhecemos o chef Carmy (Jeremy Allen White). Renomado em Nova York, ele volta a Chicago para tocar a lanchonete da família depois do suicídio do irmão. A cozinha que ele encontra reflete a bagunça emocional de cada um ali: gritos não são ouvidos, regras básicas de higiene não são seguidas, a lanchonete está afundada em dívidas, a relação entre Carmy e o melhor amigo do irmão dele, Richard (Ebon Moss-Bachrach), está longe de ser das melhores.
A chegada de Sidney (Ayo Edebiri) parece um alento para Carmy, que logo a designa para comandar a brigada. A situação piora porque ela não sabe lidar com o poder recebido e os outros não estavam acostumados a respeitar regras, nem mesmo as receitas eram seguidas.
À medida que as coisas vão se assentando na cozinha, os dramas dos personagens nos são apresentados. Os episódios curtos colaboram para o ritmo frenético da produção, mas isso não atrapalha, talvez sirva até como uma crítica à velocidade que imprimimos em nossa rotina atualmente, muitas vezes inversamente proporcional à profundidade das relações.
Com roteiro enxuto, O urso traz temáticas de relevância, como luto, relações trabalhistas, ansiedade, família, amizade e, especialmente, saúde mental. A descoberta valeu a pena. Aliás, o bagunçado catálogo da Star merece um garimpo de vez em quando.