O dilema de um craque em crise é o mote para Galera FC, série nacional que estreia nesta segunda-feira (10/5), no TNT
Elton Jr (Maicon Rodrigues) é um craque da bola. No auge da carreira, o jovem de 23 anos acaba de ser campeão por um time da Europa, tem a chance de assinar um contrato longo milionário, mas resolve deixar tudo para trás e voltar para o Rio de Janeiro. Elton poderia ser um atleta de verdade em vários times brasileiros e internacionais, mas é o protagonista de Galera FC, série nacional que o TNT estreia amanhã, às 21h30, com episódio duplo. Depois, semanalmente serão exibidos dois episódios: o anterior, para recapitular, e o inédito.
Elton Jr. tem vontade de viver como um jovem da idade dele, de se divertir e, por isso, volta às festas cariocas. Mas, por outro lado, ele carrega responsabilidades, como o sustento da mãe, Idalice (Dadá Coelho), do irmão Wendell (André Luis Miranda) e dos “parças” Pança (Léo Bahia) e Truco (Bernardo Marinho).
“A intenção era fazer uma reflexão bem-humorada do mundo pop, falar de um pop star que, no auge da carreira, entra nessa crise. O grande pop star brasileiro, com reconhecimento internacional, é o jogador de futebol”, afirma Luiz Noronha, um dos criadores (ao lado de João Paulo Horta e Renato Fagundes) e um dos diretores (parceria com Cláudia Castro) de Galera FC.
Luiz sabe que serão inevitáveis as comparações de Elton Jr com Neymar ou Adriano Imperador. Mas avisa logo: “Não é o Neymar, não é ninguém em especial. Essa necessidade de voltar às origens é, por incrível que pareça, muito comum, recorrente no mundo do futebol”.
Dadá Coelho vai além e lembra que o caso de Elton Jr. está diariamente nos cadernos de esportes dos jornais. “Cai na história do menino de Xerém vendido para o Manchester por R$ 60 milhões”, afirma a atriz, referindo-se ao menino Kayky. “O futebol brasileiro é filho da pobreza desses meninos à espera de um Pelé. Mas a série não é sobre futebol, é sobre família”, alerta.
São esses laços familiares e humanos que conduzem Galera FC. É como se o futebol fosse apenas o pano de fundo para se discutir os valores. “Não tenho a pretensão de fazer uma crítica, é uma crônica, um comentário bem-humorado”, define Luiz. “A família é muito importante para manter as raízes desses meninos”, completa Cláudia Castro.
Embora seja declaradamente uma comédia, Galera FC traz tintas dramáticas importantes ao falar, por exemplo, sobre o machismo no jornalismo esportivo ou sobre o que há por trás dos influenciadores digitais. “É uma boa comédia, é afetiva. Ela é engraçada porque tem drama, e porque a gente leva esse drama a sério”, afirma Carol Garcia, que vive a repórter esportiva Carolina na série.
A atriz Natália Rosa dá vida a Sara Jane, ex-namorada de Elton Jr. Eles engatam um romance fake para que a imagem dos dois fique positiva. “Essas meninas existem. Elas se vendem para ter cliques, visibilidade. Elas viram um número de seguidores, sem identidade. Já perdi um papel porque a outra atriz tinha mais seguidores do que eu. A produtora foi sincera e me contou. Então, a Sara Jane é assustadoramente atual. É um mundo que não é real, com pessoas não reais fingindo ser reais”, reflete Natália.
Os Melhores do Mundo fazem participação em Galera FC
Brasília também marca presença no time de Galera FC. Ricardo Pipo, Victor Leal e Welder Rodrigues vivem um trio de jornalistas que comanda várias mesas redondas no canal onde Carol trabalha. “Queríamos o Melhores do Mundo pela intimidade deles com o tema (a trupe tem o espetáculo teatral Os Melhores do Mundo Futebol Clube) e pelo jogo de cena entre eles”, conta Luiz.
O diretor ressalta que a mesa redonda aparece duas vezes por episódio. Logo no início, meio que para relembrar o que aconteceu no capítulo anterior, e no final, dando um desfecho daqueles que só as mesas redondas sabem dar.