Crédito: Reprodução/imdb (em imdb.com) - Wayne
Não é de hoje que populares plataformas mais conhecidas pelo cunho de redes sociais estão apostando em produção seriada original. Neste filão, destacam-se o Facebook e o YouTube. As gigantes do Vale do Silício investiram pesado para atrair mais público, e, aos poucos, os resultados começam a ganhar vida. Nos acertos do Facebook — que também responde pelo nome de Watch —, destacam-se Skam Austin e Sorry for your loss. Mas para o YouTube, apesar do maior número de produções de destaque, ainda faltava aquela “cereja do bolo”. A resposta da plataforma, entretanto, pode ter chegado em 16 de janeiro deste ano, com a estreia de Wayne.
A produção, que foi criada por Shawn Simmons, brilha pelo time de produtores que também foram responsáveis pela franquia de Deadpool: Paul Wernick, Rhett Reese e Greg Coolidge. No enredo, o público acompanha a trágica história de Wayne (Mark McKenna). O jovem de 16 anos faz parte daquela esquecida classe media baixa suburbana estadunidense. É um grupo populacional que geralmente não tem o mínimo de espaço nas telinhas, mas que carrega muita história para contar.
Abandonado pela mãe desde criança, Wayne basicamente se criou. O pai do garoto (Dean Winters) morre ainda no piloto em decorrência de uma doença grave proveniente do antigo trabalho. Longe da escola e tendo de se virar como pode, uma coisa guia Wayne: o bom coração e o desejo de justiça.
Mas não se engane. A figura de Wayne não poderia estar mais longe do típico “herói teen”, pelo contrário. O garoto é um adepto da mais inconsequente e brutal violência física, não sabe se expressar, tem problemas sociais, e essencialmente está bem mais perto de uma classificação clínica de psicopatia.
O piloto começa com Wayne atirando pedras em uma janela enquanto é posteriormente espancado de forma violenta pelo proprietário do imóvel. Só depois vem a conhecimento do público que Wayne estava apenas tentando vingar uma amiga que havia sido traída pelo dono das janelas — agora destruídas.
O único que eventualmente ainda fica ao lado de Wayne é Orlando (Joshua J. Williams). O garoto não faz a linha popular, mas também é um dos poucos que não tem pavor de Wayne na vizinhança. A novidade na vida do protagonista é Del (Ciara Bravo), a primeira atração amorosa da vida de Wayne.
Se a personalidade do garoto já é assustadoramente disruptiva, a da garota é pior ainda. Criada sob o punho violento de um pai solteiro e dos dois irmãos gêmeos que fazem o estilo “gangsters pitbulls”, a garota vive embaixo de um manto de raiva e desejo de liberdade. O encontro da garota com Wayne então se transforma em uma típica — mas sempre animadora — relação entre um vulcão e um tornado.
Decepcionados, traumatizados, com raiva e abandonados, os dois então decidem fugir da esquecida parte sul de Boston em direção à Flórida. A justificativa, em síntese, é tentar recuperar um clássico Trans AM 1979, que pertencia ao pai do garoto. Na difícil e longa viagem, os dois têm nada mais do que uma motocicleta de motocross e a companhia um do outro.
Wayne é visceral, intensa, engraçada e triste. Para isso, os principais recursos utilizados são as cenas de violência. Muito bem pensadas e, especialmente executadas, todas as confusões e brigas de Wayne, todavia, não são apresentadas com um objetivo de sensacionalizar, ou prender a atenção do público por meio do choque.
Em complemento com diálogos rápidos, uma direção extremamente próxima e eficaz, toda a violência e o humor ácido da série encontram um gênero não muito explorado nas telinhas. A série tem aquela carga “anti-herói” de Deadpool, mas ainda com um toque de complexidade e drama.
O protagonista não é aquele típico garoto triste que sai em uma viagem para encontrar o “eu interior” ao mesmo tempo em que aprende a amar a garota dos sonhos. Wayne é inconsequente. Trata-se do retrato de uma geração abandonada que ainda existe. Quase um olhar trágico do bom selvagem e os perigos de uma sociedade que pensa cada vez menos nos outros.
A série tem um ousado desafio: fazer o público começar a pagar pelo YouTube. O primeiro episódio é disponível gratuitamente, contudo, os outros nove (a produção tem 10 episódios para a primeira temporada) são cobrados pelo serviço premium.
Todavia, a ideia de pagar por um serviço tão óbvio quanto o YouTube ainda parece indigesta — mesmo que Wayne seja, de fato, uma das primeiras com qualidade a ter sido pensada para um público-alvo jovem, o mesmo da plataforma em geral. A qualidade da série é inegável, entretanto, o hit de popularidade é fundamental para uma possível assinatura (vide Netflix), e as produções da plataforma ainda não conseguiram isso.
Que tal já conferir o piloto aqui mesmo?
Veja a primeira foto e saiba como será a protagonista da próxima novela das 19h,…
Último capítulo será liberado separadamente pela Max, às 20h, como se fosse final de novela das…
Nova Maria de Fátima, atriz de 27 anos garante que o que importa é o feedback…
Atriz foi escolhida para ser a nova intérprete, no remake de Vale tudo, da icônica…
Atriz admite que batalhou pela oportunidade de reviver a complexa Heleninha Roitman e rebate críticas…
Com estreia marcada para 31 de março, a nova versão atualiza um dos maiores títulos da…