Depois de uma temporada mais de introdução, Perdidos no espaço deu um gás na sequência. Lançada em dezembro na Netflix, a segunda temporada se passa sete meses após o fim da primeira, quando a Júpiter 2, com a família Robinson, o piloto Don West (Ignacio Serricchio) e a doutora Smith (Parker Posey), desaparece. O primeiro episódio já começa mostrando o que aconteceu com a trupe, que, agora, vive em um planeta, até então, habitável.
À primeira vista, a trama parece repetir a narrativa da primeira temporada, já que cabe aos personagens se adaptarem a um novo mundo, enquanto fazem de tudo para retornar à nave Resolute para ir para a Alpha Centuri. No entanto, essa linha narrativa não se prolonga e serve para dar mais desenvolvimento aos personagens, além de proporcionar cenas legais, como a que a família transforma a Júpiter em uma barco, e emocionantes, como a que mostra o estreitamento da relação entre Maureen (Molly Parker) e Penny (Mina Sundwall).
Assim que os personagens deixam o novo planeta, Perdidos no espaço entra em outro ponto misterioso: o que aconteceu com a Resolute? A partir daí, a trama se desenvolve, entregando novos conflitos e explorando ainda mais os personagens. A evolução de Penny e de Smith estão entre as mais interessantes. Penny por demonstrar que pode ser muito mais do que até a família espera, e Smith por ser uma personagem que não é apenas um vilã.
Mostrar o passado de Judy (Taylor Russell) e, consequentemente, de John (Toby Stephens), é outro ponto alto da temporada, principalmente, por agregar as possibilidades narrativas de uma eventual sequência. Trazer de volta O robô (Brian Steele) com atitudes bem distintas também é outro aspecto positivo. Agora, o personagem não se porta apenas como um fiel escudeiro de Will. Pelo contrário, com o passar da história, O robô criou uma personalidade, ficou responsável pelas próprias decisões e abriu espaços para ainda mais dualidades. Ponto para Perdidos no espaço. A segunda temporada ainda traz debates sobre até onde cada pessoa é capaz de ir pela sobrevivência.
O final também chama atenção. Diferentemente de muitas séries da Netflix que tem dificuldade de manter ganchos, Perdidos no espaço não sofre desse problema. Pelo contrário, conseguiu encerrar tanto a primeira, quanto a segunda sequência deixando o espectador com “gostinho de quero mais”.
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