Em 2011, sob direção de Joe Wright e com roteiro de David Farr, estreou nos cinemas o filme Hanna, que contava a história de uma jovem treinada para ser uma assassina perfeita. Oito anos depois do lançamento nos cinemas, a produção ganhou uma nova versão para a telinha produzida pelos estúdios da Amazon Prime Vídeo, com criação e roteiro de Farr e todo um novo elenco.
Depois da boa repercussão no ano passado, a série garantiu uma segunda temporada, que estreou na última sexta-feira, expandindo os conflitos da protagonista Hanna, vivida pela atriz Esmé Creed-Miles. No seriado, a personagem começa a primeira temporada vivendo afastada do mundo em uma floresta, sendo treinada pelo pai, Erik (Joel Kinnaman), um ex-recrutador da CIA que participou de um programa da agência que criou crianças com DNA reforçado com o objetivo de transformá-las em supersoldados.
Na sequência, Hanna precisa lidar com um mundo completamente diferente, sem Erik e ao lado de Clara (Yasmin Monet Prince), jovem que ela ajudou a fugir do programa. Tudo isso transformou a personagem e a fará entrar em contato mais profundo com o programa de treinamento para jovens assassinas.
“Essa temporada é diferente em dois modos. Tem o desenvolvimento de Hanna, que não é mais completamente jovem e angelical. Agora, ela viu o mundo, foi machucada. Esse desenvolvimento a faz ter escolhas na vida, tudo isso num contexto de thriller. Ela está se tornando outra mulher. Depois, tem essa colisão de Hanna com essas mulheres que estão sendo treinadas para serem assassinas profissionais”, explica David Farr, roteirista e criador.
“Acho que, para Hanna, essa é uma temporada sobre confiança e da manifestação de um trauma que ela experienciou na primeira temporada. Tem o desenvolvimento da relação dela com Clara e, também, com Marisa (Mireille Enos)”, completa Esmé, a intérprete da personagem título.
A segunda temporada de Hanna não traz apenas expansão para a protagonista, algumas das personagens do treinamento têm mais desenvolvimento, como Clara, que começa a procurar sobre o passado dela. “Acho que a segunda temporada foi bem melhor para mim, porque eu tinha mais o que fazer. A minha personagem vive essa montanha-russa de sentimentos”, comenta a atriz.
É o caso também de Sandy e Jules, novas identidades das personagens vividas por Anne Rose Daly e Gianna Kiehl, respectivamente. A dupla está no processo do treinamento em que precisa criar falsas identidades para ser futuramente reintegrada à sociedade para cumprir as missões.
“É como vê-las crescer. Elas ganham essas identidades e vidas sociais. A jornada é diferente”, analisa Gianna. Esse enredo da série, inclusive, é visto pelas atrizes como um dos assuntos principais de Hanna. “A mídia, a moda e a indústria mostram imagens para jovens mulheres do que é ser uma mulher, então essas meninas crescem buscando um lugar no mundo. Acho que, na série, você vê as personagens fazendo isso para se encaixar, percebendo que não são aquelas pessoas e resolvendo seguir os próprios caminhos”, completa.
“Concordo com Gianna, é uma série sobre identidade, quem você é, como você descobre quem você é quando é bombardeada de informação, e isso acontece na série e na vida, mesmo que de formas diferentes. Por isso, as pessoas podem se relacionar com a série”, avalia Anne Rose.
A sequência da produção ainda se destaca pela chegada de um novo personagem e pela mudança, no enredo, de outra já conhecida. Na nova leva de episódios, o papel de vilão fica com o ator Dermont Mulroney, que vive John Carmichael, um dos pioneiros no programa e que aparece na instituição para tentar capturar Clara e dar um fim em Hanna.
O personagem é velho conhecido de Marisa, que ganha outras nuances na sequência, ao decidir ajudar Hanna, em vez de caçá-la. “O que sabemos é que eles não se veem há 16 anos na cronologia da história. Eles se conhecem bem demais para não confiar um no outro, estão ali se espionando”, explica Dermont.
“O que é legal de atuar (nessa temporada) é a confusão de Marisa na decisão dela. Acredito, realmente, que ela não sabe porque está ajudando Hanna”, diz Mireille sobre Marisa. Já o intérprete de Leo Garner, um dos responsáveis pelas jovens do treinamento, Anthony Welsh afirma que o personagem é outra figura cheia de dualidade na trama. “Ele apresenta-se como uma pessoa charmosa e amigável para as jovens. Então foi bem divertido (fazê-lo)”, acrescenta.
Temas da segunda temporada
“Eu queria explorar o que é ser um jovem, encontrar sua identidade no mundo e, mais especificamente o que é ser uma jovem mulher e buscar sua identidade no mundo. Isso é o que vemos, mas de forma extrema. Há um grupo de jovens mulheres que crescem numa instalação na Romênia. E tem Hanna que cresceu na floresta, todas se tornarão assassinas numa operação americana. Elas precisam ser mandadas para o mundo para matar pessoas. Elas nunca estiveram na América e não sabem como é. Tem que aprender tudo antes de chegar. Boa parte da série é nessa instalação e Hanna aparece lá e precisa decidir se quer entrar ou destruir. É sobre consequências e da relação que ela tem com as outras meninas. Ela já criou uma relação com Clara, que ela salva na primeira temporada. Essa relação se torna muito importante na segunda temporada. A política de identidade. Essas mulheres criam identidades digitalmente falsas, mas o quão isso é diferente do que acontece agora? Todos nós estamos nos inventando on-line. O que nos permite estar em estranhos lugares e também ser moldado de como querem que você seja. Acho que no final isso é o que me interessa e o que eu amo em Hanna. Ela tem a habilidade de quebrar esse papéis”.
Empoderamento feminino
“Acho que contribui para discussão da identidade feminina. Há muitos nomes fortes de mulheres na série. É sobre expandir a noção das mulheres na tevê e no cinema. São mulheres jovens que estão sendo moldadas. Hanna precisa tomar a decisão se vai se moldar ou não. Você precisa decidir se vai dizer sim ou não ao que o mundo espera de você. É uma série sobre uma jovem mulher que quer entender quem ela é, e acho que isso traz uma contribuição de conversas”.
Outra sequência
“Desde que comecei eu tinha um arco na minha cabeça. Quando começa, você não sabe se vai sair da primeira. Tudo que sei é que, para mim, há uma progressão na narrativa bem dramática com Hanna e Marisa. É algo que eu gostaria de fazer em três temporadas. Na minha cabeça adoraria seguir nesse trabalho. Tem um senso de jornada e para onde vai. No momento, não sabemos, até porque não sabemos porque o mundo é um lugar incerto. Levamos Hanna a diferentes lugares em desenvolvimento, uma voz feminina. O que eu acho bem importante nessa temporada”.
Protagonista feminina
“Lembro de enfatizar quando falei da primeira temporada de Hanna que os diálogos sobre papéis de mulheres fortes na televisão podem ser frustantes, porque força é importante, mas vulnerabilidade também. O que eu gosto de Hanna é porque você não vê só a capacidade dela física, mas também a vulnerabilidade mais do que uma heroína genérica que está só em ação”.
Fórmula de sucesso
“Acho que as jovens da primeira temporada são identificáveis, as pessoas se identificam com criar um personagem para si mesmos no mundo real. Há um questionamento do que é certo, o que é errado, o quanto eles perderam. Algo que você vê isso nos personagens”.
Personagem na temporada
“Minha personagem é Jules, uma das garotas treinadas e depois ela se muda para o programa de socialização. Jules é uma realmente uma garota com rebeldia e tem um senso de liderança no grupo. Ela se torna muito próxima de Sandy e elas têm essa amizade bonita, e louca. Acho que a série é sobre, em alguns pontos, sobre mulheres jovens e as identidades delas no mundo. Não só mulheres, mais pessoas jovens, e sobre como você encontra a sua identidade. O que é você, o que é espontâneo. Quem você é e quem você se torna”
Personagem na temporada
“Faço Sandy. Ela é uma das outras meninas que está nesse treinamento, acho que ela é oposto de Jules. Sandy é inocente e se impressiona com tudo. Ela consegue a coragem que precisa para lidar com Jules. Elas têm uma conexão emocional, algo que ela não tem com outras pessoas. Ela tem uma jornada massiva do primeiro episódio ao 8, tanta coisas acontecem com ela, ela tem tanto desenvolvimento. Foi maravilhoso fazer isso. Concordo com Gianna que o show é sobre a identidade das pessoas, quem é você, como você descobre quem você é, e como você descobre quem você é quando é bombardeada (de informações), isso acontece tanto na série, como na vida, mesmo que de formas diferentes. Por isso as pessoas podem se relacionar com a série”
Personagem na temporada
“Depois de passar a primeira temporada procurando e tentando matar Hanna, agora, eu mudei minha lealdade e quero salvá-la. Porque é complicado, porque tenho que convencer a CIA que sou leal. Então Marisa tem muita coisa para lidar”.
Personagem na temporada
“Eu faço um novo personagem. John foi um dos pioneiros no programa. Agora estou na estrada treinando o resultados desse programa, que são armas”.
Personagem na temporada
“Eu faço o Leo que, depois da destruição da instalação da primeira temporada, é o braço direito e está à frente das operações de socialização das jovens. Ele as acompanha com as novas identidades no mundo”.
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