Com Os dias eram assim, estreia desta segunda (17/4) na Globo, a emissora inaugura uma forma superlativa de chamar as novelas da faixa das 23h. Agora elas são superséries. O que muda? A tirar pelo primeiro capítulo, nadica de nada!
A ditadura é o pano de fundo de Os dias eram assim, que tem texto das estreantes Angela Chaves e Alessandra Poggi e direção de Carlos Araújo. Em meio a bombas, sessões de tortura e protestos contra o governo militar, as autoras contam a história de amor do médico Renato (Renato Góes) e da universitária Alice (Sophie Charlotte). O elenco ainda tem nomes tarimbados como Cassia Kis, Susana Vieira, Daniel de Oliveira, Natalia do Vale, Antônio Caloni e muitos outros.
Os dias eram assim começa em 1970, no dia em que o Brasil foi tricampeão mundial de futebol, e tem duas passagens de tempo programadas: uma para 1979 e outra, para 1984.
A força da temática que permeia Os dias eram assim surge logo na primeira cena. Elis Regina canta a emblemática Deus lhe pague, de Chico Buarque, acompanhada de cenas de passeatas e notícias de jornal em preto e branco. Em cores, aparecem as praias cariocas e o Cristo Redentor. O Rio de Janeiro já era lindo. O contraste, embora óbvio, funciona. Aliás, a fotografia de Walter Carvalho, como já havia acontecido em Justiça, é como se fosse um dos personagens principais da trama.
O texto do primeiro capítulo de Os dias eram assim mostra logo que virá recheado de críticas, ora sutis, ora mais explícitas, quando o jovem Gustavo (Gabriel Leone, em seu terceiro bom trabalho seguido na telinha) questiona o irmão Renato (Renato Góes, muito bem também): “Se o Brasil for campeão, vai ser propaganda pra quem?”. Dito isso, ele vai pra rua e, mesmo contrariado com a violência, participa de um ataque à construtora do pai de Alice, Arnaldo (Antonio Caloni). Quem atira a bomba é Túlio (Caio Blat — por que Caio Blat é sempre preso e torturado?), que leva um tiro e é torturado numa bela e forte cena.
Também merece registro o nascimento de Esperança, bebê que Renato traz à vida, depois de um parto complicado de Monique (Letícia Spiller), cunhada de Arnaldo. Notou como as tramas vão se entrelaçando? É novela, né? Ou supersérie…
Ao lado da ditadura, outros temas aparecem na estreia e merecem ser mais bem explorados durante Os dias eram assim: liberação feminina, racismo e machismo são alguns deles.
No elenco, chamaram a atenção Daniel de Oliveira, como Vitor (namorado de Alice) e Cassia Kis, como a mãe de Renato e Gustavo, Vera. Viúva (o marido sumiu no dia do golpe), ela alterna momentos de alegria e esperança como cenas em que reinam a tristeza e a melancolia. Papel para atriz do quilate de Cassia.
A ditadura militar acabou sendo uma época em que compositores brasileiros aproveitaram para assinar clássicos da MPB. Os dias eram assim, acertadamente, lança mão de belas canções. Elis Regina com Deus lhe pague, Secos e Molhados com Sangue latino, Milton Nascimento com A lua girou.
Segundo o site oficial da trama, ainda vem por aí Ando meio desligado, com Os mutantes, Joana francesa, com Chico Buarque, e Divino maravilhoso, com Gal Costa. A surpresa fica por conta da abertura: Aos nossos filhos é lindamente cantada por parte do elenco. Soltam a voz Sophie Charlotte, Gabriel Leone, Daniel de Oliveira, Renato Góes e Maria Casadevall.
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