Patrick Selvatti
Rio Connection, nova aposta do Globoplay que estreia nesta semana, é uma coprodução internacional, toda falada em inglês e traz um elenco globalizado que tem, de um lado, brasileiros como Marina Ruy Barbosa, Nicolas Prattes, Maria Casadevall e Renata Sorrah, e, do outro, estrangeiros como Valério Morigi, Raphael Kahn e Aksel Ustun. E há Aryè Campos, uma artista nascida no Brasil e com carreira consolidada nos Estados Unidos, para onde se mudou há mais de 25 anos.
“A série em si é toda em inglês, mas, como a maior parte do elenco e da produção são brasileiros, a gente falava português na maioria das vezes entre cenas e, claro, entre nós. Então foi divertido e como eu sou fluente nas duas línguas, foi ótimo poder ficar contracenando em inglês depois do ‘ação’ e voltar a falar português depois do ‘corte'”, conta a atriz, que interpreta a antagonista da história, produção do Globoplay com a Sony Pictures, por meio da Floresta.
Amanda Singletoné uma policial enviada ao Brasil em busca da gangue de traficantes formada por Tommaso Buscetta (Valerio Morigi), Fernand Legros (Raphael Kahn) e Lucien Sarti (Aksel Ustun). A série conta com cenas integralmente em inglês. Na versão em português, que também será disponibilizada pela plataforma, os atores brasileiros tiveram a oportunidade de se dublar.
Aryé já atuou em Passaporte para a liberdade — outra produção binacional entre Globo e Sony, com Sophie Charlotte e Rodrigo Lombardi — é uma velha conhecida do público brasileiro. Quando criança, nos anos 90, ela cantava a abertura do programa Hot Hot Hot ao lado de Silvio Santos. Ela conta que o estrelato mirim tem muita coisa positiva, mas também pode ser complicado. “Para uma criança de 9, 10 anos é bem assustador. Sofri muito bullying por isso e crianças podem ser cruéis”, conta ela, que traz na memória uma situação quando foi em uma festa junina e as crianças começaram zoar, cantar o refrão chiclete do programa. “Vieram tantas crianças e foi tão assustador que eu tive que me esconder no banheiro da escola pra fugir da criançada até vir uma professora e me tirar da zoação”, lembra.
Apesar do trauma, Aryé acredita que iniciar uma carreira artística na infância não seja algo negativo. “Eu acho que depende da criança e depende da situação. Eu não me arrependo de ter começado cedo. Pelo contrário, eu dou graças a Deus, pois tive experiências ótimas e passei minha juventude fazendo o que eu amo fazer. Isso não tem preço e eu não trocaria por nada, mesmo com as partes ruins, valeu muito a pena”, reforça.
O estrelato infantil ocorreu ainda quando a artista atendia pelo nome de batismo, Ashley Rapini. A mudança de nome aconteceu por algumas razões. Ela explica que Ashley sempre foi um nome diferente no Brasil, mas perdeu um pouco esse brilho quando chegou nos Estados Unidos. “Aqui é um nome bem comum. Na época em que eu estava trabalhando em finanças e, ao mesmo tempo, seguindo minha carreira artística, decidi dividir os mundos e criar um nome artístico para separar os dois mundos”, ela justifica.
Aryè foi criada em homenagem ao pai, Ariovaldo Rapini, que faleceu no ano em que ela se mudou da Flórida para Los Angeles (2007). “Essa foi uma maneira de prestigiá-lo e tê-lo sempre comigo. Já o meu sobrenome Campos veio do meu marido. Como eu já não tenho cara de brasileira, ninguém acreditava que eu era latina. Então queria ter um nome que representasse minhas origens e minha honra de ser do Brasil. E assim nasceu Aryè Campos”.
Brian Townes é outro destaque da série Rio Connection, que estreia nesta sexta-feira no Globoplay. O norte americano, que mora no Brasil há mais de 13 anos, viverá o personagem Peter Walsh, um agente federal na embaixada dos Estados Unidos no Rio de Janeiro que investiga e ajuda a prender o círculo de traficantes que manda heroína aos EUA via Brasil.
“Walsh é um policial experiente, que sabe bem como funcionam (ou não) as relações entre o país dele, o governo militar brasileiro e a polícia do Rio de Janeiro. Adorei fazer este personagem. A sensação de ser um gringo tentando transitar pelo Brasil, e especialmente pelo Rio de Janeiro (que é outra história), é uma que conheço bem. No caso de Walsh encontrei muito humor na sua situação, diferente dos personagens que eu tipicamente faço”, explica o ator, que foi estudar mais sobre a realidade política dos Estados Unidos na época e como ela iria influenciar as circunstâncias e a vida do seu personagem.
“Queria construir em Walsh uma pessoa que acreditava no estabelecimento, mas que fosse pés-no-chão, de senso comum, baseado no que seria o senso comum naquele período”, explica. “Em relação a´política brasileira, Peter Walsh seria uma pessoa que pessoalmente poderia ser meio perturbado, e até ter medo da brutalidade do governo brasileiro na época, mas precisava manter relacionamentos amigáveis com as pessoas envolvidas para conseguir aquilo que o país dele desejava e que ele acreditava ser justo”.
O ator de 50 anos, natural de Nova Orleans, também poderá ser visto em breve em duas produções do streaming: no filme Traição entre amigas (Netflix) e na série B.A. O futuro está morto (HBO Max). Walsh esteve, ainda, em duas grandes produções do cinema brasileiro: Bacurau e Marighella.
Criada, escrita e dirigida por Mauro Lima, Rio Connection ainda conta com a colaboração de Chris Salmanpour e Marcelo Starobinas
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