Prestes a bater vários recordes na Netflix, Round 6 não me levou além da violência e de um cenário estonteante
A série coreana Round 6 está prestes a se tornar a mais assistida da Netflix. No meu círculo de amizades, poucas são as pessoas que viram e não gostaram da incensada atração. Pois, sou do contra. Demorei a me render à série e, agora que está assistida, não gostei.
Round 6 mostra uma brincadeira pela vida. É isso mesmo. Uma espécie de máfia reúne 456 pessoas que devem muito dinheiro e se envolvem num jogo em que podem sair ricos ou mortos. Não tem meio termo. Para vencer, eles têm que passar por provas que lembram brincadeiras infantis, como bola de gude e batatinha frita 1, 2, 3, cuja “boneca” da série viralizou.
Espécie de Jogos mortais das séries, Round 6 demora demais a engrenar. E talvez esse seja o maior erro dela — muitas vezes, punido com o abandono, o que para um programa pode significar a morte. Somente lá pelo quinto, sexto episódios, eu me vi envolvido. Mas são apenas nove no total.
Alguns fatores me afastaram de Round 6. Não costumo me incomodar com cenas de violência, mas são muitas e, muitas vezes, soam gratuitas. A ideia é torturar um jogador, o obrigando a ouvir os tiros que matam os colegas, mas o sofrimento acaba ultrapassando a tela.
O roteiro é meio repetitivo também. Fica devendo mais reviravoltas críveis e que não estejam ligadas à tal arena onde são disputados os jogos. Aliás, a internet não perdoa e já ofereceu o cenário emprestado à Globo para tentar salvar Zig zag arena, dominical apresentado por Fernanda Gentil.
Os personagens principais são cativantes e talvez isso seja o melhor de Round 6. Até a vilã tem um jeito de seduzir o espectador, que acaba torcendo para que ela saia viva dos desafios. Mas isso não basta. A série carece de texto, roteiro e de uma história que nos prenda. Ou melhor, que me prenda, porque, quando você terminar de ler este texto, certamente, Round 6 estará perto de bater mais algum recorde.