Clássico dos anos 1990, a novela de Silvio de Abreu chega em 3 de novembro no lugar de A viagem
Patrick Selvatti
Um dos grandes sucessos da dramaturgia brasileira, Rainha da Sucata está de volta. A novela, que marcou época nos anos 1990, será reprisada a partir de 3 de novembro no Vale a pena ver de novo, da TV Globo. Escrita por Silvio de Abreu e dirigida por Jorge Fernando, a trama retorna às telas no ano em que a emissora comemora seis décadas de história.
Ambientada em São Paulo, a história — que substitui outro clássico, A viagem — acompanha o embate entre duas mulheres de mundos opostos: Maria do Carmo (Regina Duarte), uma empresária rica e de origem humilde que sonha entrar para a alta sociedade, e Laurinha Figueroa (Glória Menezes), uma socialite falida que despreza a “sucateira”. Após enriquecer com o ferro-velho do pai, Onofre (Lima Duarte), Maria do Carmo reencontra Edu (Tony Ramos), um playboy endividado que a humilhou no passado. Movida pelo desejo de vingança e ascensão social, ela propõe a ele um casamento de conveniência: ela entra com o dinheiro, ele com o sobrenome.
Mas a vida nos Jardins não será fácil. No casarão dos Figueroa, Maria do Carmo é perseguida por Laurinha, que nutre uma paixão secreta pelo enteado e fará de tudo para destruir o casamento. Enquanto isso, nos negócios, a protagonista ainda precisa enfrentar a traição de Renato Maia (Daniel Filho), seu administrador de confiança.
Além de explorar com maestria o contraste entre a elite decadente e os novos-ricos, a novela consagrou duas personagens inesquecíveis: a mocinha forte e determinada de Regina Duarte e a vilã elegante e ardilosa de Glória Menezes. O elenco ainda conta com nomes como Aracy Balabanian, Nicette Bruno, Antônio Fagundes, Renata Sorrah, Raul Cortez, Claudia Raia, Marisa Orth, Andrea Beltrão e Patrícia Pillar.
Rainha da Sucata também deixou sua marca na cultura popular. Os chapéus, laçarotes e bolsas de corrente usados por Maria do Carmo viraram febre, assim como a icônica mesa de escritório feita com a frente de um Chevrolet 1958. A abertura, com uma boneca de sucata dançando lambada ao som de Me chama que eu vou, de Sidney Magal, se tornou um símbolo da época e ajudou a popularizar o ritmo no país.
Com colaboração de Alcides Nogueira e José Antonio de Souza, a novela foi um marco na carreira de seu autor, Silvio de Abreu, e segue como um dos títulos mais amados e lembrados da TV brasileira.

