Destaque do filme Nosso lar 2, ator gaúcho está no elenco de Guerreiros do Sol, novela do Globoplay prevista para 2025
O gaúcho Rafa Sieg chega em 2024 comemorando o sucesso do filme Nosso lar 2, no qual faz um dos protagonistas, e após semanas intensas nas gravações da nova produção da Globoplay, Guerreiros do Sol, prevista para entrar em 2025 na grade do streaming.
Na próxima trama, de George Moura e Sergio Goldenberg, dirigida por Rogério Gomes, e que faz uma releitura da história de Lampião e Maria Bonita, o ator de 45 anos interpreta Tatarana, jagunço do coronel Elói, personagem de José de Abreu. “É uma história violenta, mas com aventura e romance. Posso adiantar que o Tatarana é um sujeito amoroso, bom e leal. Não o defino como vilão. Acredito que, onde a luta está pela sobrevivência, precisa se pensar para além do bem e do mal”, defendeu Rafa, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Formado em artes cênicas pela Universidade Federal de Santa Maria (RS) e com extensa carreira no cinema e no teatro, com mais de 40 projetos no audiovisual (entre séries e filmes) e duas décadas de trabalho no teatro, Rafa Sieg conquistou público e crítica quando parou o país com o personagem Solano, o matador de aluguel que movimentou a reta final de Pantanal (2022), da Globo — novela de Benedito Ruy Barbosa que 32 anos depois ganhou nova versão escrita pelo neto Bruno Luperi (atualmente no ar com o remake de Renascer, também do avô).
“Prefiro olhar para esse lugar humanizado, de que todo personagem é ambíguo e capaz de tudo. Mas, no Solano, tudo de ruim já estava dado a ele. Não havia dúvida. A mim, interessava pensar em como ele foi parar nesse lugar. A pessoa não nasce vilã e, mesmo que não apareça na história, é legal pensar sobre isso, verificar que é um ser humano, com desvio de caráter, se compondo de coisas ruins. As pessoas precisam acreditar nessas camadas humanas”, disserta o artista.
No streaming, Rafa participa da série Chuteira Preta – Jogos Ilegais, que aborda o submundo do futebol. Ele interpreta Diogo, personagem que é o ‘parça’ do ex-craque de futebol vivido por Márcio Kieling. “A primeira temporada teve uma repercussão ótima no exterior, onde é intitulada como Dark Soccer. Existe um interesse muito grande por esse universo do futebol de conquistas, poder e relações nem sempre visíveis num primeiro momento”, reflete o ator. Ele ressalta que a produção fala sobre o submundo do futebol, através da jornada de um jogador decadente. “Sou o parça que leva pras festas, para um caminho não muito saudável. O personagem é um interesseiro, que vai mais para o lugar do poder. Não jogo bola, mas leio jornal, tem muito conteúdo disponível, o noticiário mostra muito esses bastidores do esporte”, argumenta.
Nosso Lar
Rafa Sieg também pode ser visto nos cinemas como o Fernando de Nosso Lar 2: Mensageiros, personagem que se comprometeu com uma importante missão no plano espiritual, quando faz uma viagem no tempo para o ano de 1945, juntamente com os personagens de Mouhamed Harfouch e Felipe de Carolis. O aguardado longa-metragem chegou aos cinemas de todo o país com o tema da espiritualidade e a vida além da morte.
Sobre esse trabalho, Rafa declarou ser mais que um convite, mas um chamado. “Que alegria estar disponível para atender esse chamado! Nosso Lar 2 é sobre seres humanos que falharam em suas missões na terra. Quando planejaram a vida e o projeto que pretendiam realizar, estavam entusiasmados e cheios de coragem. Mas a vida encarnada os afasta de seus verdadeiros propósitos, e o aprendizado acaba chegando de outra forma”, declara Rafa Sieg. “O filme mistura emoção, efeitos visuais e um trabalho de direção de arte (anos 30) impecável. O espectador vai se conectar com toda essa beleza visual e encontrar personagens profundamente humanizados em seus desafios. Acredito que um sentimento de amor fraternal vá encher os corações daqueles que assistirem ao filme”, conclui.
O gaúcho conta que, recentemente, houve um encontro com a equipe de Nosso lar 2, onde pôde ouvir histórias dos bastidores e da repercussão geral dos envolvidos no projeto. “Houve muito entusiasmo das pessoas, foi importante fazer um projeto de sucesso. Já fiz filmes grandes, mas a maioria é independente, e às vezes acontece de as pessoas não irem tanto ao cinema”, declara. Apesar do sucesso estrondoso do filme, não tem sido muito abordado nas ruas. “Não tem muita abordagem porque estou sempre visualmente diferente. Vivem uns oito Rafas dentro de mim”, explica.
Sieg explica que, em relação á religiosidade, é mais espiritualista do que espírita. “Já frequentei casas espíritas, meus pais dirigiam algumas, então eu fui me compondo com a doutrina ao longo da vida. Ela faz sentido para mim, mas não frequento. Acredito que, em termos de fé, o melhor caminho é o que te faz uma pessoa melhor. Se te conecta com a vida, se compõe nesse campo social, não importa a religião. Enfim, eu compartilho a crença espírita, mas também me conecto com formas de espiritualidade”, finaliza.
Medo de cobra
Rafa conta que sempre teve medo de cobra e nunca imaginou passar pela experiência vivenciada em Pantanal, quando contracenou com uma sucuri. O ator, entretanto, não considera que tenha sido um desafio a vencer. “Eu não me preocupei com isso, não estava no roteiro o contato com a cobra, era só uma trucagem de câmera com a cobra na beira do barco. Mas o encontro nos bastidores foi tranquilo e nos demos bem. Quando eu vi aquele aquele bicho enorme, o cuidador estava tão atento e cuidadoso que tranquilizou. Eu cheguei a pegá-la, se não me engano, um animal de 14 anos e 40kg, eu segurei nas mãos. É preciso perceber como o animal está sendo tratado, a energia se reflete nos bichos”, conclui.
Projetos futuros
Para 2024, o artista está escrevendo roteiro de um longa. “É outro processo, de descobrir a escrita, mudar o olhar de ator, afinal, já faço isso há 20 anos. Senti a vontade de escrever e fui”, relata ele, destacando que o projeto já tem três tratamentos e está agora de olho nos laboratórios/festivais e inscrito em editais. “Estou no processo de entender os caminhos de um bom roteiro porque facilita o incentivo, a colaboração. Prezo pelo bom desenvolvimento”.