“Estamos todos à flor da pele há algum tempo e isso está em Sessão de terapia. A série sempre foi necessária. Agora é mais.” A afirmação enche de orgulho o ator e diretor Selton Mello. Ele volta ao analista Caio Barone a partir desta sexta-feira, no Globoplay. A quinta temporada da série escrita por Jaqueline Vargas e produzida por Roberto d´Ávila terá 35 capítulos, dos quais 10 entram agora no catálogo. Depois, a cada sexta-feira chegarão mais 5 ー até que termine.
A dinâmica dos episódios é a mesma. Para cada um dos quatro pacientes, um dia da semana. A sexta é dedicada à supervisão de Caio, desta vez a cargo de Davi (Rodrigo Santoro). “Falar de saúde mental nesse momento é de uma relevância absoluta. A primeira coisa que fiz ao saber que estaria na série foi conversar com psicólogos de linhas diferentes. O resultado desse mosaico de referências é o Davi. Ele tem uma relação humanizada com o paciente”, afirma Rodrigo, em vídeo exibido na coletiva de imprensa. O ator contou que lê sobre psicologia com frequência, desde a preparação para o filme Bicho de sete cabeças (2000).
Para Roberto d´Ávila Sessão de terapia é sobre escuta. “A série é sobre escuta numa época em que todo mundo só grita e grita alto”, diz o produtor.
“Todo mundo tem capacidade de falar e de escutar. A série abre esse caminho para a escuta. Falar sobre o problema pode ajudar. Se as pessoas falarem mais, serão mais felizes. A série desmistifica a terapia”, completa Jaqueline.
A escuta ultrapassa a chamada quarta parede e chega com força ao sofá do público. “O público se vê em um pouco de cada paciente. Essa identificação é muito interessante. Isso acontece com os atores também. Eles vão para casa e encontram questões parecidas. A Letícia Colin tem uma filha pequena. A Luana Xavier tem questões parecidas também. Isso traz ainda mais veracidade”, avalia Selton Mello, dizendo que essa identificação é o grande trunfo de Sessão de terapia.
Os pacientes da vez são Manu (Letícia Colin), Tony (Christian Malheiros), Giovana (Luana Xavier) e Lidia (Miwa Yanagizawa). Manu acabou de ser mãe e enfrenta uma depressão pós-parto. Mas as questões de Sessão de terapia nem sempre estão ali, de cara, à primeira vista. “Ela sempre quis muito ser mãe, mas não consegue vivenciar a maternidade. Ela traz a questão da idealização da maternidade. E de como a mulher é exigida na maternidade pela sociedade”, explica Jaqueline Vargas.
Tony explica um lado social de Caio. O motoboy tem acesso ao trabalho de Caio numa ONG e entra em contato com ele. As primeiras sessões (que o público não acompanha) são on-line e gratuitas, pois é por meio da ONG. Quando elas se tornam presenciais, vem outra questão em voga: como quem não tem dinheiro faz terapia. “Saúde mental é saúde. Temos que ter acesso à saúde mental pública”, reflete Jaqueline.
Giovana é uma vendedora que tem compulsão alimentar. “A personagem fala da questão ‘porque você faz isso que te prejudica?’. Tem um vazio dentro dela que ela preenche com a comida”.
Talvez Lídia seja a personagem que mais traga a pandemia de covid-19 explicitamente. Ela é uma enfermeira da linha de frente que deixa a família para se dedicar ao hospital, onde ela vê coisas muito fortes. “A personagem fala do trabalho excessivo, de como nos damos à empresa. Somos exigidos como robôs, mas somos humanos. E ainda não podemos fracassar. É muita cobrança”, descreve Jaqueline.
A autora completa: “A pandemia permeia as histórias, mas não é o grande assunto da temporada. Nem mesmo na história da Lídia. O Tony vai para a terapia por causa da terapia, mas descobre outras questões. Tivemos a preocupação de não carregar na pandemia porque é uma situação passageira, atípica. As questões que trazemos podem acontecer a qualquer tempo, com qualquer pessoa.”
De uma certa forma, é Caio o quinto paciente, já que ele faz a supervisão com Davi. “Eu analiso duas vezes, como Caio e como diretor”, brinca Selton. Depois de perder a mãe e se envolver com a própria supervisora na temporada passada, a questão de Caio agora é um irmão por parte de pai que a irmã dele insiste em encontrar. O curioso é que o irmão, Miguel, é vivido por Danton Mello, irmão de Selton na vida real.
“Essa é a primeira vez que a gente trabalha junto. Nunca um diretor havia pensado em escalar a gente como irmão. Foi lindo ter o Danton com a gente. Foi engraçado porque a gente usou as semelhanças que as pessoas apontam a nosso favor, como a voz por exemplo, e brincamos com isso”, conta Selton.
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