Seguindo a nova onda da Netflix de apresentar dramas baseados em histórias reais sobre o início de departamentos de investigações do FBI (a Polícia Federal norte-americana), chega ao serviço a série Manhunt.
Criada por Andrew Sodroski, a história apresenta o difícil cotidiano de Jim Fitzgerald (Sam Worthington), um “perfilista”, ou seja, aquele agente da polícia que cria o perfil de criminosos, em busca de entender melhor a personalidade, e em consequência, as ações deles.
A semelhança com Mindhunter, outra produção da Netflix, é quase extrema. As duas séries têm aquele ar de mistério, a busca pelo personagem mau e o quanto o trabalho da polícia pode ser desgastante aos agentes da lei. No fim das contas quem assistiu Mindhunter, terá uma estranha sensação de ver um reboot mais acelerado da produção com Manhunt.
Focada na década de 1990, o enredo de Manhunt apresenta a saga da polícia em busca do assassino Unabomber (Paul Bettany). O psicopata está há anos enviando cartas-bomba pelo correio e agora o FBI decidiu investir em uma equipe especializada para prender o criminoso. Jim não está à frente da investigação, mas é o que se destaca, pois consegue uma “conexão” com Unabomber.
Essa parte da história não está nas sinopses, ou no trailer, mas é a parte mais interessante da série. Tecnicamente, a produção não carrega grandes novidades (até dá um pouco de preguiça das explosões à lá lança-chamas, às vezes) e as atuações estão longe da excelência (os olhares de paisagem de Worthington ao receber uma nova pista do Unabomber chegam a ser cômicos), mas o roteiro acerta em cheio ao propor um ponto de concordância entre o policial e o assassino: a mísera existência humana.
Tanto Unabomber, quanto Jim acham que a evolução humana baseada na tecnologia não veio para o bem e acabou deixando as pessoas escravas de uma minoria que detêm o poder financeiro do mundo. A grande diferença é que o Unabomber toma ações extremas e criminosas contra isso, enquanto Jim tenta impedi-lo.
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