Por Patrick Selvatti
A atriz Grazi Massafera foi confirmada, há algumas semanas, como a escolhida para dar vida à lendária Dona Beja na nova versão da montagem original dos anos 1980, exibida pela extinta TV Manchete. É uma aposta robusta da HBO Max, uma gigante quando se fala em séries, para mergulhar no complexo, porém frutífero, mercado de novelas. A expectativa é alta e, como ainda se sabe pouco da empreitada, o Próximo Capítulo conversou com Erick Andrade, o supervisor artístico de ficção da Floresta, produtora da Sony Pictures Television no Brasil, que desenvolverá e licenciará para o streaming os 40 capítulos da telessérie (como vem sendo chamado o novo formato).
A reportagem apurou que os direitos de adaptação de Dona Beja foram adquiridos em 2021, por meio de uma sugestão que partiu de um mineiro que conhece muito bem a história de Ana Jacinta, a mulher que revolucionou a sociedade de Araxá no século 19. Produtor de conteúdo para TV com currículo de peso e bagagem internacional, Erick Andrade ainda estava entre Lisboa e Madri — locais onde desenvolveu a maior parte de seus projetos ao longo de 20 anos na Europa — quando chegou às suas mãos a proposta de adaptar a narrativa para uma nova jornada no audiovisual.
“Quem tinha os direitos da obra era Juliana Aguiar, sobrinha do Wilson Aguiar Filho (autor da novela original), que eu conheci em Madri e de quem fiquei amigo. Mas, em Portugal, não dava para fazer. Quando vim para o Brasil e passei a integrar o time da Floresta, retomei a ideia, e a empresa abraçou o projeto”, conta o produtor executivo, que, em Lisboa, foi responsável por sucessos como o talk show 5 para meia noite e o Portugueses pelo mundo, além de ter criado o programa Música maestro, que ganhou prêmio na Alemanha.
Andrade ressalta que sempre imaginou essa nova versão de Dona Beja — que está sendo escrita por Daniel Berlinsky e António Barreira — com uma modernização para se encaixar melhor nos dias de hoje. “A mensagem que este projeto deseja transmitir é o empoderamento do feminino. É uma obra de época, mas nós vislumbramos uma maneira de transportar elementos atuais para aqueles tempos e trazer um olhar diferenciado sobre aquela cultura”, argumenta. Sobre a escolha de Grazi Massafera para estrelar a telessérie, ele pontua que foi um processo natural e que o nome dela foi a primeira sugestão. “Grazi é uma atriz que transmite essa mensagem de empoderamento e está em uma evolução artística evidente. Nós sempre a visualizamos como Beja e ela se entusiasmou com a proposta. Foi um casamento perfeito.”
Realizadora de sucessos na área de entretenimento — como o talk show Lady Night e os realities De férias com o ex, Power couple Brasil, Se sobreviver, case, Túnel do amor e Soltos em Floripa —, a Floresta tem investido alto em projetos de ficção. À frente dessa empreitada, Erick também é responsável por produções que já estão no ar, como o recém-lançado Use sua voz — série musical da HBO Max que chegou a atingir o Top 5 da plataforma e é o primeiro live-action do Cartoon Network no Brasil.
Na fila para estrear, em setembro, no Multishow, está a sitcom original Tem que suar. Protagonizada por Mariana Xavier, a obra traz o cenário de uma academia com a mensagem de body positive, a saúde em primeiro lugar. Esse projeto foi idealizado por Erick e desenvolvido em parceria com Cris Werson e Thaís Falcão. Outra ideia original de Andrade e Falcão, ainda sem data para ir ao ar, é a série Da ponte pra lá, gravada para a HBO Max. Estrelada por Gabz e João Guilherme, é um drama investigativo em que uma jovem da periferia de São Paulo atravessa a Ponte Estaiada, infiltra-se na escola mais exclusiva da alta sociedade paulistana e provoca na trama um debate sobre as diferenças sociais e culturais dos jovens da periferia e do centro das grandes cidades. “Quisemos traçar um paralelo sobre o que acontece nos dois lados da ponte”, define Erick.
Produção da Floresta, em parceria com os Estúdios Globo e a Sony Pictures, a série internacional Rio Connection está sendo exibida na Europa antes de chegar aos canais brasileiros, via Globoplay. Marina Ruy Barbosa, Maria Casadeval e Renata Sorrah estão no elenco dessa obra que conta, em inglês, a história de criminosos europeus instalados no Brasil para facilitar o acesso de drogas nos Estados Unidos, na década de 1940. Já para a Netflix, está sendo gravada Luz, a primeira série infanto-juvenil da gigante do streaming. Baseada em uma ideia original de Guillermo Pendino, a produção traz no elenco Marianna Santos, Daniel Rocha, Mauricio Destri, Mel Lisboa, Claudia di Moura e Marcos Pasquim, entre outros.
À reportagem, o supervisor artístico Erick Andrade destaca a fase fértil na qual a teledramaturgia se encontra, com os folhetins migrando das emissoras de TV para o streaming. “O mercado se expandiu e a Floresta se preparou, com uma ficção diferenciada, para esse momento promissor. Nós semeamos e agora estamos plantando e, também, colhendo os frutos”, finaliza.
Ao Próximo Capítulo, os responsáveis pela série falam sobre o fato de ter se tornado…
Emissora apresentou os principais nomes do remake da obra icônica de 1988 que será lançada…
Ao Próximo Capítulo, a drag queen carioca fala sobre o sentimento de representar o Brasil…
Como nascem os heróis tem previsão de estreia no primeiro semestre de 2025, na TV…
Sam Mendes, Daniel Brühl, Jessica Heynes, Armando Ianoucci e Jon Brown comentam sobre a nova…
Volta Priscila estreou na última quarta-feira (25/9) e mostra um novo ponto de vista sobre…