. Pedro Paulo Rangel e François Fortoun como Isidoro e Hercila em Prata da casa.
pratadacasa Créditos: Fox/Divulgação

Afastado das novelas, Pedro Paulo Rangel retorna à tevê em Prata da casa da Fox

Publicado em Séries

Primeira sitcom nacional produzida pela Fox, Prata da casa tem elenco de peso com Pedro Paulo Rangel, Diogo Vilela e Françoise Fourton encabeçando à comédia

Pedro Paulo Rangel ou, simplesmente, Pepê, como é chamado pelos colegas. É com essa certa intimidade que o público brasileiro se lembra do ator que completa, em 2018, 50 anos de uma carreira sólida nos palcos e nas telas brasileiras — seja de tevê ou de cinema. O ator é um dos nomes à frente do elenco de Prata da casa, primeira sitcom nacional produzida pela Fox. A comédia de 14 episódios é exibida às quartas, às 21h30. Pedro Paulo é Isidoro, namorado de Hercília (Françoise Fourton). O protagonista é o filho dela, o medalhista olímpico aposentado Sérgio Henrique (Rodrigo Pandolfo), que volta para a casa da mãe ao se separar. “Isidoro é um advogado, ex-sócio do personagem do Diogo Vilela (Maurício), padrinho de um dos filhos dele e amante de sua mulher. Para usar uma expressão do século passado, Isidoro é o chamado ‘malandro agulha’, ou seja, é aquele que leva no buraco e nunca perde a linha”, afirmou, divertido, ao Próximo Capítulo.

Prata da casa não é a primeira parceria de Pedro Paulo e Diogo Vilela. Juntos, eles marcaram o humor da tevê brasileira em TV Pirata (1988). O programa de Guel Arraes reunia uma trupe que tinha, entre outros, Regina Casé, Ney Latorraca, Débora Bloch e Cristina Pereira. “Olha, era bárbaro. E uma das melhores coisas, acho que era poder experimentar, naquele horário, dentro da tevê comercial”, conta em depoimento ao projeto Memória Globo.

O humor continuou acompanhando a trajetória de Pedro Paulo na telinha, com participações importantes em produções como Viva o Gordo (1981), Os aspones (2004) e O dentista mascarado (2013), mais uma dobradinha com Diogo Vilela. Mas o ator não escolhe gênero e já fez bonito também em dramas, como O primo Basílio (1988) e A muralha (2000). “Sinceramente não tenho preferências. Sempre torço para que os papéis que me convidam para fazer ofereçam boas oportunidades”, afirma.

Produções mais curtas

A opção por estar em Prata da casa não é à toa. Prestes a completar 50 anos de carreira — 48 dos quais na tevê —, Pedro Paulo Rangel confessa que está cansado das novelas. Prefere as produções mais curtas. “Uma novela significa, para um ator, contando com preparação e gravações, no mínimo 9 meses de trabalho. Sem sábado, domingo, carnaval, Natal ou aniversário da mãe. E nem pense em ficar doente, ou você arrastará a culpa de prejudicar umas 500 pessoas. Eu faço teatro, sempre fiz e sempre farei. Quando era mais jovem, aguentava o tranco de fazer teatro e tevê ao mesmo tempo e ter meus nervos esgarçados enquanto imaginava se conseguiria sair daquela externa em Guaratiba a tempo de chegar ao meu teatro em Copacabana. Cheguei ao ponto de fazer tevê no Rio e teatro em Portugal ao mesmo tempo. Paguei um preço bem alto por todo esse estresse”, justifica o ator que brilhou em folhetins como Belíssima (2005), Pedra sobre pedra (1992) e Gabriela (1975), no qual protagonizou uma polêmica cena de nu masculino.

Imagem do cartaz de Prata da casa
Crédito: Fox/Reprodução

Na segunda incursão na tevê fechada — ele esteve no elenco de Por isso eu sou vingativa (2014), do Multishow —, Pedro Paulo Rangel comemora que as emissoras estejam investindo no país. “É uma tendência mundial (fazer sitcoms e produções por temporada) e as redes brasileiras só agora resolveram dedicar-se mais a esse tipo de produção porque puderam perceber que, a médio e longo prazos, esse nicho pode ser tão rentável quanto aqueles produtos de 100 ou mais capítulos, sem falar que apresenta melhor qualidade e melhor aproveitamento técnico e artístico”, comemora o ator, mostrando que parar é um verbo que está longe de fazer parte do vocabulário dele. Aliás, ele não confirma (e passa longe de desmentir) a segunda temporada de Prata da casa: “ouvi rumores”, revela, aos risos.

Mais sobre Prata da casa

Entrevista com o diretor de Prata da casa, Andre Pellenz

Como surgiu a oportunidade de dirigir Prata da casa?
Fui convidado para criar e desenvolver a série a partir de uma ideia que comentei com o Zico Góes, diretor de conteúdo da Fox. Eles estavam buscando uma série de humor e eu estava com vontade de contar a história de um sujeito que acaba tendo que voltar para a casa dos pais depois de separar-se.

Além da direção, você também assina os roteiros da produção. O que você buscou abordar em Prata da casa?
Prata da casa aborda a “síndrome do ninho vazio”, porém com sinal invertido, e o papel dos filhos como determinantes na vida dos pais. Além disso, temos a crise econômica e algo que sempre me intrigou: como é a vida de um ex-medalhista olímpico?

A produção será a primeira sitcom nacional do canal Fox. Quais são os desafios de fazer uma série nesse formato?
Como estamos falando de um sitcom moderno, onde não estamos num palco com várias câmeras, plateia e claque, e sim numa mistura de estúdio com locações, o desafio é balancear a comédia com a dramaturgia, já que todos os personagens têm arcos, dilemas e conflitos.

SERVIÇO
Prata da casa
Toda quarta-feira, às 21h30, na Fox.

  • Por Adriana Izel e Vinicius Nader